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Para FHC, ONGs ampliaram ação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, durante discurso no Palácio do Planalto,
que criou o hábito de o Estado se
relacionar diretamente com a sociedade por meio da participação
de ONGs (organizações não-governamentais). Segundo FHC, o
contato é uma prática democrática necessária.
O presidente lembrou que
ONGs ligadas ao meio ambiente
ficaram surpresas quando foram
convidadas para se reunir com ele
em um evento internacional.
"Posso lhes garantir que o susto
foi grande porque não havia a
prática de o Estado conversar
com as ONGs. Quando vão falar
com o presidente, não vêm jogar
flores. Vêm reclamar, vêm protestar, vêm exigir e não vão pedir."
A afirmação foi feita durante a
divulgação do Relatório Nacional
Brasileiro sobre a Situação da Mulher no País. "Houve [nos últimos
anos" uma interação muito ativa
entre a sociedade e os que comandam a burocracia, que são os
agentes políticos."
Em maio, em entrevista à Globonews, FHC disse que seria "ongueiro", ao citar que quer criar
uma ONG após deixar o governo.
O relatório divulgado ontem será enviado à ONU (Organização
das Nações Unidas), para cumprir o compromisso assumido em
1984, quando o Brasil ratificou a
Cedaw (Convenção Sobre a Eliminação da Discriminação Contra a Mulher). De acordo com a
convenção, o governo deveria ter
feito o primeiro relatório em 1985,
e um novo balanço a cada quatro
anos. Esse é o primeiro.
No ano passado, o Itamaraty
convidou a advogada Flávia Piovesan, do Cladem (Conselho Latino-Americano para Defesa da
Mulher), para a elaboração do relatório. No documento foram
mantidas as críticas à legislação.
Como avanços na área de atendimento às mulheres, FHC citou
o atendimento na área de saúde e
as delegacias especializadas.
(IURI DANTAS)
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