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GOVERNADORES
SANTA CATARINA
Empate numérico nas intenções de voto faz subir o tom da campanha
ESPERIDIÃO AMIN
Para governador, rival representa o 'retrocesso'
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Depois da derrota de Paulo Maluf (PPB), que ficou fora do segundo turno em São Paulo, o governador Esperidião Amin busca,
com a reeleição, manter-se como
um dos mais importantes expoentes do PPB no país.
Mas sua campanha, que começou moderada por ele estar em
uma posição tranquila, está bem
mais agressiva diante do crescimento do adversário.
Pesquisa Ibope divulgada no último final de semana mostrou situação de empate absoluto em
44% entre os dois candidatos.
Amin disse que, no Estado, prefere lidar com petistas a lidar com
peemedebistas.
Agência Folha - O sr. começou como favorito, mas agora há um quadro de empate. Alguma coisa deu
errado na sua campanha?
Esperidião Amin - Houve um
crescimento espantoso do PT,
que tirou muitos votos da minha
candidatura. É uma opção do eleitor, tenho de respeitar. Mas estou
fazendo um esforço para demonstrar que votar no meu adversário é votar no time que manchou o nome de Santa Catarina.
Agência Folha - Uma das críticas
ao seu governo é o aumento das taxas de criminalidade. Como pretende contornar o problema?
Amin - Estamos fazendo o maior
investimento em segurança pública da história. Eu saí de uma situação de atraso de salários, equipamentos sucateados, dívidas e
desvios de recursos. Investimos
em câmeras eletrônicas e trabalhamos a integração da polícia.
Mas o diferencial é a Polícia Comunitária e o Proerd [Programa
Educacional de Resistência às
Droga e à Violência". Esses programas vão ser ampliados.
Agência Folha - O sr. sempre foi
um opositor ferrenho de Lula. Caso
ele vença, como será a relação?
Amin - Vai ser a mais cordial e
respeitosa possível. Disputei uma
eleição com Lula em 1994 [Presidência] e não trocamos ofensas.
Se ele for presidente e não for dominado por um sentimento de
preconceito, ele vai ter em Santa
Catarina não um governador,
mas um Estado que será grande
parceiro para as coisas que ele defende e nós praticamos.
Agência Folha - A crise argentina
provocou impacto em vários setores
do Estado, como turismo e agronegócio. Como reverter o quadro?
Amin - No turismo, estamos procurando o mercado interno, tendo como cliente preferencial os
paulistas. Abrimos outras oportunidades com o Chile e com os países do hemisfério norte divulgando as praias, as belezas naturais.
No agronegócio, fizemos nossa
parte. Somos o único Estado do
país livre da febre aftosa, o que
nos permitiu abrir o mercado para a Rússia. Perdemos um parceiro com a Argentina, com quem
temos uma relação fraterna, mas
demos a volta por cima e estamos
batendo recordes de exportações.
Agência Folha - O sr. se manteve
afastado da guerra fiscal nos últimos anos. Pretende seguir a postura? Como atrair investimentos?
Amin - Vamos atrair empresas
respeitando a lei. Sempre consegui entrar em acordo, fazendo os
Estados serem mais parceiros que
oponentes. Quando a economia
melhora em São Paulo, melhora
também em Santa Catarina.
Agência Folha - Houve uma ligeira mudança no perfil da Assembléia Legislativa catarinense, com
o aumento de deputados de oposição ao senhor. Será mais difícil governar, caso consiga a reeleição?
Amin - Eu prefiro lidar com o PT
a lidar com o PMDB de Santa Catarina. A qualidade dos petistas é
muito melhor, qualidade moral,
inclusive. Já trabalhei com a oposição e não vejo problema nenhum. Não vai haver dificuldade.
Agência Folha - Vai haver mudanças em um segundo governo Amin?
Amin - Eu pretendo continuar a
mudança, que já começou, mas
ainda não se completou. O meu
adversário representa o retrocesso, e a comparação com ele, eu espero, vai me beneficiar.
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