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PT prevê setor privado no saneamento
O que o governo federal pode fazer para incentivar investimentos
em saneamento? A privatização
dos serviços é uma solução? Como
obter recursos para aumentar o
acesso ao saneamento?
Para financiar a expansão dos serviços de saneamento, o governo
Lula irá reorientar fundos disponíveis (como o FGTS) e instrumentos como o BNDES e a CEF.
Além disso, outros determinantes
são importantes: crescimento
econômico, melhor gestão de receitas, racionalização de despesas
administráveis, redução gradual
dos encargos financeiros, substituição e integração dos programas governamentais e parcerias
com Estados e municípios.
A política nacional de saneamento buscará estruturar os comitês de bacias hidrográficas; integrar as ações de saneamento,
desenvolvimento urbano e recursos hídricos, constituindo meios
de cooperação entre governos e
sociedade; estabelecer uma política participativa com Estados e
municípios para superar impasses nas políticas de saneamento,
com o objetivo de universalizar,
dar equidade e eficiência aos serviços; incentivar a gestão associada dos serviços, com formação de
consórcios, associações e empresas regionais; estimular parcerias
com o setor privado para universalizar e ampliar os investimentos, o desenvolvimento tecnológico, o aumento da eficiência e a redução de custos, com ações apropriadas a cada realidade local e regional; modernizar os prestadores públicos de serviços de saneamento, tornando-os sustentáveis
e profissionalmente gerenciados;
revisar os tributos incidentes sobre prestadores de serviços de saneamento, provendo igualdade
tributária entre diversas formas
de prestação de serviços; subsidiar o tratamento de esgotos onde
a poluição afetar mananciais necessários ao consumo humano.
O acesso rápido a consultas e a
tratamento médico depende do
aumento da oferta de serviços hospitalares ou o crescimento dos serviços de medicina preventiva pode
reduzir o gargalo do atendimento
nos hospitais? Ou é preciso aumentar imediatamente a oferta de hospitais, de médicos e de enfermagem? O governo federal pode (ou
deve) auxiliar Estados e municípios
nessa tarefa?
Em um modelo adequado de saúde, em torno de 80% do atendimento pode ter solução com
ações básicas. As grandes filas nos
hospitais demonstram que a população não está sendo atendida
nas unidades básicas, seja por sua
inexistência em número adequado ou por falta de profissionais,
obrigando a população a ir aos
hospitais, o que os sobrecarrega.
Para reduzir o tempo de espera
e melhorar o atendimento nos
hospitais, nosso governo modificará as prioridades de financiamento, aumentando progressivamente o investimento no atendimento básico, sem deixar de garantir o atendimento integral,
conforme a necessidade. Vamos
também fortalecer e ampliar o
Programa de Saúde da Família.
Em quatro anos, pretendemos
atender pelo menos 70% dos brasileiros, ou 120 milhões de pessoas. As equipes de saúde da família deverão atender aos doentes
e, ao mesmo tempo, cuidar da
prevenção. Essa é a principal forma para fazer desaparecer o problema das filas ainda existentes
no SUS. Além disso, deveremos
criar uma ampla rede de pronto-socorros, financiar formas alternativas de atendimento, estimular os centros de referência de especialidades, qualificar o atendimento e ampliar os serviços de
resgate, garantindo o controle social da política de saúde.
Há limitações na oferta de serviços médicos nos planos e seguros
de saúde, além das limitações de
acesso impostas pelo preço da saúde privada. O governo federal deve
atuar no sentido de intervir na saúde privada, com controles mais rigorosos sobre preços e atendimentos, ou acredita que tal mercado
deve ser mais livre e o Estado deve
prover mais serviços médicos de
modo a compensar a elitização dos
planos de saúde privados?
O funcionamento da saúde suplementar deve pressupor a busca
contínua do bem-estar de seus
usuários para que os mais de 30
milhões de brasileiros que possuem planos e seguros de saúde
tenham a garantia da qualidade
da assistência. A regulação das
ações e serviços precisa englobar
todos os aspectos econômicos, jurídicos e assistenciais, com ação
sobre as operadoras e todos os
seus prestadores credenciados.
É necessário que os planos de
saúde operem preservando o SUS
de ações predatórias em que o alto
custo dos procedimentos mais
complexos é transferido para o
sistema. O ressarcimento de procedimentos realizados pelo SUS
para segurados de planos e seguros de saúde deve ser expandido
para todos os procedimentos hospitalares e ambulatoriais.
Angela Guadagnin é médica, ex-prefeita de São José dos Campos, deputada federal (PT/SP) e respondeu às perguntas
pelo candidato de seu partido.
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