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ORÇAMENTO FATIADO
Empresas deveriam economizar R$ 10,9 bi neste ano
Gastos de estatais podem gerar novo corte de verbas
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo admitiu ontem a
possibilidade de um novo aperto
no Orçamento caso as empresas
estatais não consigam economizar R$ 10,9 bilhões de receitas, como previsto para o ano. Até agosto, as estatais haviam obtido um
resultado positivo de apenas R$
1,3 bilhão. Era esperado que elas
contribuíssem com R$ 5,3 bilhões
no período.
O contingenciameno de verbas
orçamentárias é uma das principais reclamações dos ministros. O
maior corte ocorreu em fevereiro
e foi de R$ 14 bilhões. Depois disso ocorreram liberações e cortes
menores. O saldo, agora, é de R$
13,7 bilhões contingenciados
(bloqueados) dentro de um Orçamento total de R$ 363 bilhões.
"Esperamos que não haja necessidade de pressionar mais o
Orçamento fiscal", disse ontem o
secretário-adjunto da Secretaria
de Orçamento Federal, Ariosto
Culau, em depoimento à Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Culau disse ainda que um
resultado menor das estatais poderia ser compensado por um superávit (economia de receitas para pagamento de juros) maior de
Estados e municípios.
Nas contas orçamentárias, porém, um resultado menor das estatais só pode ser compensado
pela economia de receitas -corte
de despesas- dos ministérios.
De acordo com o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Almério Cançado, o governo está
apostando na recuperação do resultado das empresas a partir da
melhora na atividade econômica
neste final de ano. Cançado e Culau falaram na Comissão Mista de
Orçamento para prestar contas,
como manda a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Cançado revelou que, entre janeiro e agosto, os ministérios gastaram R$ 6,3 bilhões a menos do
que o previsto para o período. A
consultoria técnica da Comissão
Mista de Orçamento afirma, em
nota, que, a exemplo do que aconteceu no ano passado, o governo
precisa conter mais os seus gastos
para compensar o fraco desempenho das estatais.
O resultado é uma distorção na
execução orçamentária, pois os
gastos se concentram no final do
ano, quando existe a certeza de recuperação das estatais. Sem tempo para gastar o dinheiro, os ministérios acabam apenas contratando as despesas, deixando o pagamento para o ano seguinte. Ou
seja, o Orçamento de 2004 já começaria o ano endividado.
O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, tem negado a contenção de gastos já autorizados. Segundo ele, esse é um problema de
administração de cada ministério.
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