DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abrirá, na semana que vem, o 22º Congresso da Internacional Socialista, que ocorrerá pela primeira vez no Brasil, na cidade de São Paulo.
Apesar de ser o principal articulador do encontro, o PT pretende participar apenas como observador. A fim de evitar polêmica, decidirá sobre a eventual entrada na organização após as eleições 2004.
A Internacional Socialista é uma entidade que congrega cerca de 150 partidos de esquerda de todo o mundo. No Brasil, apenas o PDT, de Leonel Brizola, faz parte dela. Os congressos ocorrem a cada três anos.
O presidente do PT, José Genoino, afirmou ontem que o partido recebeu convites para ingressar na Internacional, mas que a questão será discutida internamente. "Será uma consequência do debate com as bases. Agora a agenda política de prioridades do partido é a discussão das reformas e a preparação do PT para as eleições de 2004", disse Genoino, ao apresentar o encontro ao lado da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), e do secretário-geral da entidade, o chileno Luiz Ayala.
A delegação do PT será formada por 24 pessoas. Os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Dulci (Secretaria Geral) devem participar da reunião, que ocorrerá nos dias 27, 28 e 29, no Transamérica Expo Center em São Paulo.
Questionado sobre a participação do PT, já que o governo fez alianças com partidos que não são da esquerda, Genoino disse: "O PT não faz aliança com direita. Faz com esquerda e com centro-esquerda. Depois, não fazemos essa discussão na Internacional".
Contou com a ajuda de Ayala: "Somos uma família de partidos que tomam as suas decisões. São questões de política interna". Segundo o secretário-geral, será discutido na reunião um novo papel para as Nações Unidas.
Excluindo o PDT, oposição ao governo, Genoino disse que "a relação do PT com os partidos da Internacional é muito boa".
Além de Lula, abrirá o encontro o presidente da Internacional, António Guterres, ex-primeiro-ministro de Portugal. O tema será "O Retorno da Política: por uma governança global justa e responsável - por uma globalização governada pelos povos".
São esperados o ex-líder soviético Mikhail Gorbachov, o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, e Jalal Talabani, integrante do Conselho de Governo Iraquiano, entre outros. (JULIA DUAILIBI)


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