São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2004

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Rinha carioca estava aberta há 17 anos

JOÃO PEQUENO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Apesar de proibida por lei federal, a briga de galo fechada na noite de quinta-feira pela Polícia Federal funcionava desde 1987, sem que até então tivesse sofrido nenhuma forma de repressão.
O delegado que comandou a operação, Antônio Carlos Rayol, diz que está há pouco mais de um mês no cargo e que agiu por ter recebido informação da rinha de entidades não-governamentais.
Segundo a PF, o publicitário Duda Mendonça foi um dos fundadores do Clube Privê 5 Estrelas, cujo volume de apostas chegava a R$ 50 mil em algumas lutas. A rinha contava com bar, restaurante e churrasqueira e sistema de pagamento por cartão magnético. Tinha mais de 50 funcionários.
Às 21h de quinta-feira, quando a PF chegou à casa onde a rinha funcionava, a cerca de um quilômetro do autódromo de Jacarepaguá, Duda assistia a uma briga de galos na arena principal sentado nas cadeiras mais próximas ao ringue, reservadas aos sócios.
O marqueteiro tinha seu nome relacionado na lista de fundadores, em um quadro comemorativo afixado em frente à arena.
Na operação, a PF apreendeu 83 galos, muitos deles feridos. Eles ficarão no próprio clube e serão tratados por veterinários.
Os policiais apreenderam também cheques, R$ 5.000 em notas, além da contabilidade financeira do clube, fotos e cartazes. O material está sendo analisado.
Os agentes da Delegacia de Meio Ambiente da PF encontraram ainda um extrato relacionando movimentação financeira de R$ 1,7 milhão somente na noite de quinta-feira.
O quadro de galos inscritos para as lutas incluía animais vindos do interior do Rio e até de outros Estados. Segundo o administrador do clube, Eudes Carneiro, 51, alguns dos galos utilizados na rinha chegam a custar R$ 1.500.
A Suipa (Sociedade União Internacional Protetora dos Animais) foi alertada na segunda-feira pelo delegado Rayol de que a PF faria uma operação anteontem num clube de briga de galos.


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