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SÃO PAULO
Tucano disse que vai acabar com a taxa de luz; Marta já fez a mesma promessa; entre os eleitores que rejeitam a prefeita, 25% reprovam as taxas
Serra diz que taxa de lixo só será extinta em 2006
RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez na campanha
eleitoral, o candidato a prefeito de
São Paulo José Serra (PSDB) afirmou ontem que sua proposta de
extinguir a taxa de lixo só será viabilizada em 2006 e condicionou o
fim da taxa de iluminação a uma
análise do Orçamento municipal
e ao término do serviço de expansão dos pontos de luz na cidade.
"Taxa de lixo nós vamos extinguir (...). Só que eu não posso chegar no primeiro dia de janeiro e
extingui. Vamos trabalhar ao longo do ano que vem para preparar
sua extinção. Em 2006 não terá
com certeza." As declarações foram feitas em entrevista ontem à
Rádio CBN. A promessa já havia
sido feita em outras ocasiões, mas
sem o detalhamento de que isso
ocorreria somente em 2006, dando margem a interpretações de
que poderia ocorrer em 2005.
Após a entrevista, Serra explicou a jornalistas, em corpo-a-corpo no centro da cidade, que a medida só será adotada em 2006,
pois já há um Orçamento elaborado que prevê essa arrecadação.
"Ela [taxa de lixo] está no Orçamento, tem despesas, e tem outras formas de financiamento."
Os ataques às taxas criadas pelo
governo petista têm justificativa.
Pesquisa Datafolha recente aponta que entre os eleitores que repudiam a prefeita Marta Suplicy
(PT), 25% reprovam a criação de
taxas e o aumento de impostos. A
taxa do lixo foi citada por 14% dos
que rejeitam a prefeita.
As taxas de lixo e de luz foram
criadas no fim de 2002. A do lixo é
paga por cerca de 2 milhões de
pessoas e vai de R$ 6,67 a R$
133,15. A da iluminação é de R$
3,50 para imóveis residenciais e
R$ 11 para os não-residenciais.
Iluminação
Serra condicionou o fim da taxa
de luz à análise do Orçamento e à
conclusão da expansão da rede de
iluminação. Marta já prometeu
acabar com a taxa até 2006, também após a expansão da rede. Ontem, a petista levou a promessa ao
programa eleitoral, à noite: "Nos
próximos dois anos, [...] todas as
ruas serão iluminadas. E aí, quero
anunciar desde já, a taxa de iluminação terá cumprido sua função e
será extinta", disse.
Ontem, Serra fez discurso semelhante: disse que a taxa era "desnecessária" e que vai ela "acabar
tendo completado o trabalho de
iluminação da cidade".
O tucano disse que a prefeitura
arrecadou R$ 180 milhões com a
cobrança e investiu R$ 2 milhões
na expansão da rede, deixando
"3.000 ruas sem luz".
A prefeitura informou que os
dados de Serra estão errados. Segundo a assessoria, há 24 mil pontos sem luz na cidade -não há
medição por ruas-, e o investimento até agora foi R$ 10 milhões.
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