|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mesa admite barrar processos contra Renan e Azeredo
Caso isso ocorra, pedidos não vão ao Conselho de Ética; Tião Viana, presidente interino da Casa, comanda articulação
Tendência é que senadores rejeitem a 6ª representação contra peemedebista por 4 votos a 3; já tucano deve ter ao menos 5 votos favoráveis
SILVIO NAVARRO
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a emenda da CPMF em
jogo e a avaliação de que Renan
Calheiros (PMDB-AL) não retornará à presidência do Senado, a Mesa Diretora deverá optar hoje por arquivar ou "sobrestar" (congelar) a sexta representação contra o peemedebista. Também deverá arquivar
denúncia contra o senador
Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Segundo a Folha apurou, ao
menos quatro dos sete integrantes convocados para a reunião da Mesa, às 11h, estão dispostos a barrar a sexta denúncia contra Renan. Caso isso
ocorra, a representação, de autoria do PSOL, não chegará ao
Conselho de Ética.
A tendência é que o placar na
Mesa seja 4 a 3 pela rejeição da
denúncia, quórum que pode
ser ainda maior com a possibilidade de paralisar a denúncia
até a conclusão dos outros quatro processos em curso. Já a
denúncia contra Azeredo deverá ser arquivada com no mínimo cinco votos favoráveis a ele.
À frente da articulação está o
presidente interino da Casa,
Tião Viana (PT-AC), que tem
usado dois argumentos quando
se refere ao assunto: o sexto
processo seria um "exagero" e
não contribui para o que chama de "processo de pacificação" para negociar a CPMF.
Mais do que isso, Tião vê o
arquivamento da denúncia
contra Azeredo como um aceno ao PSDB, apontado como o
"fiel da balança" para conseguir aprovar a prorrogação do
imposto do cheque até 2011.
Sobre Renan, a avaliação do
petista é que não será essa denúncia que terminará em pedido de cassação de mandato.
Além disso, ele poderia acabar
atrasando o cronograma do
conselho, que já analisa quatro
processos contra Renan. A sexta representação diz que Renan
fez emendas a favor da prefeitura de Murici (AL), administrada por seu filho. A empresa
que teria executado a obra é
fantasma e estaria em nome de
um ex-assessor do senador.
"Uma prática que tem em alguns tribunais para processos
que tratam da mesma matéria,
às vezes, é sobrestar uma até
que as outras sejam julgadas.
Isso não afeta em nada a integridade e as prerrogativas de
quem denuncia ou é denunciado. Penso que não [pegaria
mal] se for essa a decisão da
Mesa", disse Tião.
Deverão votar a favor de Renan na Mesa: Tião, César Borges (PR-BA), Papaléo Paes
(PSDB-AP) e Efraim Morais
(DEM-PB). Ficariam contra os
senadores Gerson Camata
(PMDB-ES), Magno Malta
(PR-ES) e Álvaro Dias (PSDB-PR), que defende uma saída alternativa: a nova denúncia poderia ser acoplada os demais
processos como adendo.
"Temos um exagero de representações. Daqui a pouco
vira chicana, temos que fazer
exame cuidadoso e criterioso,
porque o que deveria ser extraordinário está virando rotina", disse César Borges. "Se
não houver provas materiais,
quem errou foi o executor, a
prefeitura", afirmou Papaléo.
Para respaldar as decisões
pelo engavetamento, Tião requisitou um parecer da consultoria jurídica da Casa, que atesta a inexistência de irregularidades na apresentação da
emenda. No caso de Azeredo, o
argumento é o mesmo de 2005:
a denúncia é anterior ao início
do mandato. Azeredo foi acusado de ter se beneficiado do valerioduto para fazer caixa dois
na campanha de 1998 ao governo de Minas Gerais.
"É uma repetição do que já
aconteceu", disse Papaléo, referindo-se a um processo contra Azeredo já arquivado no
Conselho de Ética. O PSOL diz
que insistiu na denúncia devido à conclusão do relatório da
PF sobre o valerioduto tucano.
Texto Anterior: Janio de Freitas: Atos sem omissão Próximo Texto: Frases Índice
|