São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2001

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PAINEL

Decisão antecipada
FHC disse ontem a líderes tucanos que quer definir o candidato do PSDB em janeiro. O presidente resolveu antecipar o processo de escolha por temer que a disputa entre José Serra e Tasso Jereissati cause uma divisão insolúvel no partido.

Síndrome partidária
A maior preocupação de FHC é que os tucanos se transformem em uma versão palaciana do PMDB, com grupos se digladiando e enfraquecendo a sigla. Outro temor é que Tasso, caso perca a indicação para Serra, abrace a candidatura de Ciro e leve consigo parte do partido.

Conversa em dobro
FHC sabe que terá dificuldades, pois os dois pré-candidatos preferem que a definição ocorra em março. Tasso porque busca cabalar apoios dentro do partido. E Serra porque pretende manter-se no cargo de ministro até o último dia possível.

Excluído da cédula
A pesquisa presidencial do Ibope gerou mais uma crise no PSDB. Tassistas responsabilizam Serra pelo fato de o instituto não ter incluído o governador cearense na pesquisa. Dizem que houve manipulação para favorecer o ministro da Saúde.

Diagnóstico tucano
O Ibope afirmou que decidiu fazer a pesquisa com só um tucano. E escolheu Serra pelo fato de ele ter obtido o melhor desempenho nos levantamentos anteriores. Serra disse a amigos que considera "demencial" a suspeita de que influiu na elaboração da pesquisa.

Aquecimento no vestiário
De olho na eleição presidencial, Lula iniciou uma dieta. Quer perder 6 kg para entrar em forma na campanha de 2002. Está evitando os carboidratos.

Anos de chumbo
De Quércia (SP), sobre a Executiva do PMDB reduzir o colégio eleitoral das prévias para tentar inviabilizar a candidatura Itamar: "Voltamos aos tempos do casuísmo da ditadura".

Defesa palaciana
De Xico Graziano (PSDB), sobre Rubens Bueno (PPS) ter dito que FHC é o "presidente pomada", que só serve para uso externo: "Rubens é uma pessoa inteligente. Ou melhor, era. Até passar para a oposição".

Check-up
O médico paulista Raul Cutait passou quatro dias na ilha do Curupu (MA) a convite da família Sarney. Examinou Roseana (PFL) e saiu de lá dizendo que a saúde dela está ótima para enfrentar a corrida presidencial.

Força espiritual
O governo Roseana (MA) liberou R$ 110 mil para duas tendas de umbanda em 2000 e 2001. A oposição está curiosa para saber como foi a prestação de contas dos serviços espirituais.

O clone
Aliados de Ciro Gomes têm reclamado do mau humor do presidenciável do PPS. Deram até um apelido ao ex-governador do Ceará: "José Serra".

Tique nervoso
Robson Tuma está incorporando o espírito policial da sua família na condução da relatoria da CPI do Banespa. Nas duas últimas sessões, ameaçou em altos brados prender os depoentes.

Visitas à Folha
Olívio Dutra (PT), governador do Rio Grande do Sul, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do secretário de Comunicação do PT, Ozeas Duarte, do chefe-de-gabinete do governador, Laerte Méliga, e do assessor de imprensa Antônio Oliveira.
 
Egydio Bianchi, presidente do Instituto Sérgio Motta, e Wilma Motta, vice-presidente do instituto, visitaram ontem a Folha. Estavam acompanhados de Cláudia Reis, assessora de imprensa.

TIROTEIO

Do deputado Tilden Santiago (PT), sobre a contratação do professor Michal Gartenkraut, assessor do ministro Mailson da Nóbrega no governo Sarney, para dar aulas de economia e política externa para Roseana:
- Roseana não só não entende de economia como também não soube escolher o professor. Chamou para ensinar-lhe um dos responsáveis pela maior inflação da história do Brasil.

CONTRAPONTO

De fininho

Na semana passada, o deputado Valdemar Costa Neto (SP), presidente do PL, seguia para o plenário acompanhado de Eujácio Simões (PL-BA). Eujácio é ligado ao ex-senador ACM e é contrário ao apoio do PL à candidatura de Lula à Presidência.
No corredor, Valdemar e Eujácio encontraram-se com o deputado Jaques Wagner, pré-candidato do PT ao governo da Bahia. Valdemar cumprimentou Wagner e provocou Eujácio:
- Acabam de encontrar-se os companheiros de campanha na Bahia!
Wagner deu corda:
- Eujácio é carlista, mas ainda apoiará minha candidatura.
- Pode deixar, Jaques. Eu vou conseguir convencê-lo. Não é, Eujácio? - perguntou o presidente do PL.
Valdemar olhou para o lado e não achou mais ninguém. Eujácio tinha aproveitado o movimento no corredor para sumir.


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