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PT sela presença de PPS em governo
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT oficializou ontem a participação do PPS, de Ciro Gomes,
no governo do presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva.
A definição foi selada no encontro entre José Dirceu, deputado
federal eleito e presidente do PT, e
Roberto Freire, senador pernambucano e presidente do PPS, na
sede da transição em São Paulo.
Segundo os dois líderes, resta
apenas a escolha dos cargos no
governo que o PPS deverá ocupar
a partir de 1º de janeiro do ano
que vem. Mas ela caberá exclusivamente ao presidente eleito.
"Quem vai dar o ritmo, a forma
e o compasso da participação do
PPS no governo será o Lula. Nós
estamos preparados para cooperar", disse Freire.
Dirceu afirmou, no entanto, que
o PPS deverá ocupar postos no
primeiro escalão.
"Evidentemente que nós vamos
discutir ministérios e a participação no governo porque o PPS, o
PSB e o PDT têm o direito de participar, têm o nosso convite, quadros e experiência para dar ao
Brasil", disse Dirceu.
Na próxima semana, Dirceu irá
ao Rio de Janeiro para se reunir
com o ex-governador e candidato
derrotado do PSB à Presidência,
Anthony Garotinho.
Ciro
Freire e Dirceu disseram que a
participação de Ciro dependerá
das negociações entre o candidato
derrotado do PPS à Presidência e
o presidente eleito.
"Essa é uma questão, como foi
com o governador Itamar Franco,
que é tratada diretamente [pelo
presidente eleito], com a anuência
do partido", afirmou Dirceu.
"Ciro Gomes, como eu já disse,
honrará qualquer governo com a
sua nomeação. Mas, evidentemente, quem tem que escolher o
lugar que ele poderá ocupar, se tiver que escolher e assim desejar,
será Luiz Inácio Lula da Silva",
completou o presidente do PPS.
Segundo ele, no encontro, que
durou quase duas horas, o PPS
não apresentou nomes ao PT.
Questionados sobre a possibilidade de Ciro ser nomeado embaixador do Brasil nos Estados Unidos, conforme divulgado ontem
em sites na internet, Dirceu e Freire foram às gargalhadas. "Isso não
existe", disse o petista.
Apesar de negar que tenha sugerido nomes ao PT, o presidente
do PPS fez questão de ressaltar
que seu partido tem bons quadros
nas áreas de educação, ciências e
tecnologia. "O próprio Lula reconhece isso", disse ele .
A formalização da união entre
PPS e PT no âmbito federal também poderá ser estendida aos Estados governados pelos partidos.
"Não vamos nos iludir que será
fácil [estender o apoio aos Estados]. Em alguns governos nós vamos ter problemas", disse Freire,
que, como exemplo, citou o Mato
Grosso do Sul, onde as relações
entre PT e PPS ficaram estremecidas após as eleições.
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