São Paulo, sábado, 23 de novembro de 2002

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PT sela presença de PPS em governo

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT oficializou ontem a participação do PPS, de Ciro Gomes, no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
A definição foi selada no encontro entre José Dirceu, deputado federal eleito e presidente do PT, e Roberto Freire, senador pernambucano e presidente do PPS, na sede da transição em São Paulo.
Segundo os dois líderes, resta apenas a escolha dos cargos no governo que o PPS deverá ocupar a partir de 1º de janeiro do ano que vem. Mas ela caberá exclusivamente ao presidente eleito.
"Quem vai dar o ritmo, a forma e o compasso da participação do PPS no governo será o Lula. Nós estamos preparados para cooperar", disse Freire.
Dirceu afirmou, no entanto, que o PPS deverá ocupar postos no primeiro escalão.
"Evidentemente que nós vamos discutir ministérios e a participação no governo porque o PPS, o PSB e o PDT têm o direito de participar, têm o nosso convite, quadros e experiência para dar ao Brasil", disse Dirceu.
Na próxima semana, Dirceu irá ao Rio de Janeiro para se reunir com o ex-governador e candidato derrotado do PSB à Presidência, Anthony Garotinho.

Ciro
Freire e Dirceu disseram que a participação de Ciro dependerá das negociações entre o candidato derrotado do PPS à Presidência e o presidente eleito.
"Essa é uma questão, como foi com o governador Itamar Franco, que é tratada diretamente [pelo presidente eleito], com a anuência do partido", afirmou Dirceu.
"Ciro Gomes, como eu já disse, honrará qualquer governo com a sua nomeação. Mas, evidentemente, quem tem que escolher o lugar que ele poderá ocupar, se tiver que escolher e assim desejar, será Luiz Inácio Lula da Silva", completou o presidente do PPS.
Segundo ele, no encontro, que durou quase duas horas, o PPS não apresentou nomes ao PT.
Questionados sobre a possibilidade de Ciro ser nomeado embaixador do Brasil nos Estados Unidos, conforme divulgado ontem em sites na internet, Dirceu e Freire foram às gargalhadas. "Isso não existe", disse o petista.
Apesar de negar que tenha sugerido nomes ao PT, o presidente do PPS fez questão de ressaltar que seu partido tem bons quadros nas áreas de educação, ciências e tecnologia. "O próprio Lula reconhece isso", disse ele .
A formalização da união entre PPS e PT no âmbito federal também poderá ser estendida aos Estados governados pelos partidos.
"Não vamos nos iludir que será fácil [estender o apoio aos Estados]. Em alguns governos nós vamos ter problemas", disse Freire, que, como exemplo, citou o Mato Grosso do Sul, onde as relações entre PT e PPS ficaram estremecidas após as eleições.


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