São Paulo, sábado, 23 de novembro de 2002

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TRANSIÇÃO

PT e relator do projeto de minirreforma tributária fazem acordo para a manutenção da alíquota em 2003 e 2004

Acordo prorroga IR de 27,5% por 2 anos

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da medida provisória que trata da minirreforma tributária, deputado Benito Gama (PMDB-BA), incluiu no seu projeto de conversão a prorrogação da alíquota de 27,5% do Imposto de Renda da Pessoa Física pelo prazo de dois anos - 2003 e 2004.
A inclusão da manutenção da alíquota na MP é resultado de um acordo entre o PT e o relator.
O governo eleito precisa prorrogar os 27,5% para não perder R$ 950 milhões em receitas em 2003. Essa arrecadação ajudará a garantir um aumento maior para o salário mínimo, além dos R$ 11 previstos na proposta orçamentária.
Segundo Gama, a manutenção da alíquota por dois anos, no entanto, foi uma decisão tomada por ele próprio. "Para nós, um ano de prorrogação seria suficiente porque é o prazo de que precisamos para recompor as receitas por meio da reforma tributária", declarou o líder do PT na Câmara, deputado João Paulo Cunha (SP).
Para incluir a alíquota do IR na MP da minirreforma (66), o relator pediu ao PT um compromisso formal do partido. "Esse é um assunto que não tem consenso no PMDB. Portanto, eu não podia bancar isso. Preciso de um compromisso do PT", relatou Gama.
Segundo o líder petista, a idéia é fazer junto com o atual governo um ofício pedindo a manutenção da alíquota. "Não é justo o governo atual não participar dessa decisão perante a sociedade. Afinal, esse Orçamento foi feito por esse governo", disse João Paulo.
Ele já conversou sobre o assunto com o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, que teria dito que avaliará o que pode ser feito.
O caminho para oficializar o pedido de prorrogação será definido na próxima semana. Na terça-feira, os líderes dos partidos também devem se reunir para tratar do assunto e de outras fontes de receita para o Orçamento de 2003.
O PFL já decidiu ser contra a prorrogação dos 27,5%. O PSDB condiciona o apoio ao aumento de tributo à definição agora do aumento do mínimo para R$ 240.


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