São Paulo, sábado, 23 de novembro de 2002

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INVESTIGAÇÃO

Acusados questionam credibilidade de depoente

Depoimento envolve políticos do Nordeste em lavagem de dinheiro

DA AGÊNCIA FOLHA

Uma série de políticos nordestinos foi envolvida em um suposto esquema de lavagem de dinheiro e de evasão de verbas para o exterior em um depoimento a procuradores da República na Paraíba, em 16 de outubro passado.
O depoente, o pernambucano Alexandre Magero Araújo -com pelo menos 17 passagens pela polícia, citou, entre outros, o deputado federal Inocêncio Oliveira (PFL-PE), o senador Carlos Wilson (PTB-PE), o governador eleito da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), o deputado federal eleito e presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, Wilma de Faria (PSB), governadora eleita do Rio Grande do Norte, e o ex-governador do Ceará e senador eleito, Tasso Jereissati (PSDB). Todos negam as acusações.
A história foi divulgada ontem pela página na internet da revista "IstoÉ", em texto que omitiu os nomes de Tasso e Arraes.
No depoimento, ao qual a Agência Folha teve acesso, Magero afirma que descobriu as supostas contas de políticos no exterior em 1996, quando trabalhava para a Anacor Câmbio e Turismo -empresa que, segundo ele, fazia as remessas ilegais de dinheiro para fora do Brasil. O depoimento foi encaminhado à Procuradoria Geral da República, em Brasília, no início deste mês.
Todos os citados por Magero questionaram a credibilidade do depoente, que não foi localizado ontem pela reportagem. Tasso Jereissati classificou a história de "absurda" e disse: "Nunca ouvi falar desse sujeito [Magero] nem dessa empresa. Não tenho a menor idéia de quem sejam".
(EDUARDO SCOLESE e MAURO ALBANO)


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