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ESPÍRITO SANTO
Os 44 agentes que haviam deixado o ES
Agentes federais vão retornar ao Estado
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
Os 44 agentes federais que haviam deixado a missão especial
do Espírito Santo retornarão ao
Estado na próxima semana, por
pressão das entidades de defesa
dos direitos humanos.
O grupo de combate ao crime
organizado enfrenta críticas de
entidades da sociedade civil e da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) quanto ao ritmo e à eficácia dos trabalhos.
A missão foi formada depois do
arquivamento do pedido de intervenção federal feito pela OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil), alegando infiltração do crime
organizado nos Poderes estaduais.
O retorno dos policiais foi
anunciado em audiência pública
realizada anteontem, em Vitória.
Dos 59 agentes federais enviados
ao Espírito Santo para integrar o
grupo, apenas 15 continuam no
Estado, de acordo com a Polícia
Federal. Quatro dos cinco delegados que originalmente faziam
parte da missão foram trocados.
De acordo com a PF, o efetivo
foi reduzido porque foi iniciada
uma nova etapa. A primeira fase
teria sido de coleta de informações, e agora estariam sendo analisados documentos e depoimentos colhidos.
Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Câmara dos Deputados, Orlando
Fantazzini (PT-SP), a audiência
pública foi convocada devido "à
falta de diálogo entre o comando
da missão especial e a sociedade
civil."
O presidente do Conselho Federal da OAB, Rubens Approbato, e
o presidente da sessão capixaba
da Ordem, Agesandro Pereira,
vão se reunir com o ministro da
Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, na
próxima terça-feira, para discutir
o "retardamento dos resultados".
O grupo foi convocado pelo Ministério da Justiça, em julho, para
atuar durante três meses, mas sua
permanência foi prolongada até o
final deste ano. O futuro governador, Paulo Hartung (PSB) já se
reuniu com o ministro da Justiça
e com o presidente do PT, José
Dirceu, para pedir a continuidade
das investigações durante seu governo.
A eficácia do trabalho, no entanto, está sendo questionada pelo fórum Reage Espírito Santo,
que reúne entidades de defesa dos
direitos humanos e a OAB.
O comando da missão especial
alega que os resultados das investigações não podem ser divulgados porque atrapalham o trabalho. Até agora, de acordo com a
PF, houve a prisão de 17 pessoas
em flagrante, 82 indiciamentos,
30 inquéritos instaurados, 350 depoimentos colhidos, 22 empresas
investigadas por suspeitas de envolvimento com licitações fraudulentas, além das prefeituras que
tiveram contato com elas.
"Muita coisa não pode ser revelada, senão os investigados começam a fazer a limpeza do rastro,
mas 87 pessoas foram indiciadas,
por exemplo, e não tínhamos conhecimento disso", afirmou Fantazzini.
A assessoria de imprensa da PF
afirmou que a rotatividade dos
delegados não afeta o esforço de
combate ao crime organizado.
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