DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em uma tentativa de agradar os senadores do Rio Grande do Sul e angariar estes três votos para a aprovação da CPMF, o Ministério da Fazenda garantiu ontem que o Tesouro vai dar o aval para o Estado fazer um empréstimo de US$ 1 bilhão com o Bird (Banco Mundial). O ministro Guido Mantega (Fazenda) prometeu também estudar uma ajuda de R$ 200 milhões para o governo estadual conseguir pagar o 13º dos funcionários públicos.
Mantega recebeu a governadora Yeda Crusius, além dos senadores Pedro Simon (PMDB), Paulo Paim (PT) e Sérgio Zambiazi (PTB), ontem, no ministério. O tema oficial da reunião era a renegociação das dívidas do Estado. O ministro negou que tenham discutido a prorrogação da CPMF até 2011, que será votada no plenário do Senado. Mas a governadora admitiu que o assunto veio à tona no encontro. Ela é uma das tucanas que defendem o imposto.
"Estávamos com 3 senadores. É obvio que o peso dos senadores do RS na votação da CPMF faz a diferença. Dissemos ao ministro que, assim como ele trata da CPMF, nós tratamos da CPMF. A governadora quer que recursos para a Saúde derivem do imposto. Que essa seja uma negociação que renda recursos para a Saúde", comentou Yeda.
Na saída da reunião, o senador Pedro Simon não quis comentar se mudou de opinião sobre a prorrogação da CPMF. Depois de admitir que é contra o imposto, Simon foi substituído na CCJ do Senado pelo governo, em uma manobra para evitar a derrota na votação sobre o relatório contra a senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
Um dos pedidos da governadora ao ministro foi a liberação urgente de recursos para ajudar no pagamento da folha salarial. Mantega respondeu que iria estudar uma forma de liberar os R$ 200 milhões emergencialmente. Mas o volume não cobre a necessidade de caixa do Estado. Só com a folha de pagamento do 13º o custo será de R$ 700 milhões. JULIANA ROCHA


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