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MEMÓRIA
Mendonça de Barros e Lara Resende fundaram juntos o Matrix e trabalharam na diretoria do Banco Central
Economistas já foram sócios em banco
do Banco de Dados
As trajetórias
dos economistas Luiz Carlos
Mendonça de
Barros, 55, e André Lara Resende, 47, já se cruzaram diversas
vezes, tanto no setor público como
no privado. Ambos fizeram parte
dos governos de José Sarney (1985-1990) e Fernando Henrique Cardoso e foram sócios em um bem sucedido banco de investimentos, o
Matrix.
Os dois economistas fizeram
parte da diretoria do Banco Central durante o governo Sarney, formando parte da equipe econômica
que elaborou e implantou o Plano
Cruzado, do qual Lara Resende foi
um dos principais elaboradores.
Com o fracasso do Cruzado, os
dois deixaram o governo e atuaram por um tempo no setor privado. Em 93, fundaram o Matrix.
Outro sócio do banco era José
Roberto Mendonça de Barros, irmão de Luiz Carlos e atual secretário-executivo da Camex (Câmara
de Comércio Exterior).
²
Indicação de Serra
No governo FHC, Luiz Carlos
Mendonça de Barros ocupou a
partir de outubro de 95 a presidência do BNDES, por indicação do
então ministro do Planejamento,
José Serra (PSDB). Neste ano, foi
indicado para o Ministério das Comunicações, substituindo Sérgio
Motta, morto em abril.
Como ministro, caracterizou-se,
ainda que de modo menos agressivo que seu antecessor, por uma
forma polêmica de atuação.
Em junho, por exemplo, afirmou
que os paulistas deveriam esperar
a Telesp ser privatizada para comprar um telefone celular. "Se eu
fosse comprar um celular, eu esperaria", disse em Roma. A declaração lhe rendeu críticas.
No mês de outubro, viajou para
Madri e foi acusado de ter suas
despesas pagas pela Telefónica de
España, empresa que havia comprado a Telesp fixa e a Telesp Sudeste Celular no leilão de privatização da Telebrás.
A conclusão da privatização do
sistema estatal de telefonia foi a
grande realização de sua gestão à
frente do Ministério das Comunicações. Foram arrecadados R$
22,058 bilhões na venda das 12 empresas em que o Sistema Telebrás
foi dividido.
Acabou, porém, caindo devido à
repercussão da divulgação de conversas telefônicas grampeadas em
que o que estava sendo tratado era
exatamente o leilão da Telebrás.
As gravações levantaram a suspeita de que Mendonça de Barros
teria favorecido, no leilão, o consórcio liderado pelo banco Opportunity. Um dos controladores do
Opportunity é o economista Pérsio
Arida, amigo de Mendonça de Barros e Lara Resende.
Como os outros dois economistas, Arida participou da diretoria
do Banco Central na época do Plano Cruzado.
²
Sucessão no BNDES
Lara Resende sucedeu Mendonça de Barros na presidência do
BNDES. Antes, trabalhara, desde
setembro de 97, como assessor especial de FHC, com a tarefa de elaborar um projeto de reforma da
Previdência Social.
No governo Itamar Franco, foi
indicado negociador da dívida externa brasileira. Na época, FHC era
o titular do Ministério da Fazenda.
Sua escolha para o BNDES, neste
ano, teve o objetivo de mostrar ao
mercado financeiro e aos investidores internacionais que não haveria mudanças no programa de
privatização do governo brasileiro.
Mendonça de Barros é formado
em engenharia de produção pela
USP e possui doutorado em economia pela Unicamp. É casado e
tem três filhos. Dois deles -Marcello e Daniel- são sócios da Link
Corretora de Mercadorias Ltda,
uma corretora criada neste ano.
Filho do escritor Otto Lara Resende (morto em 92), André Lara
Resende foi professor da PUC do
Rio de Janeiro. Casado, possui dois
filhos. Entre seus hobbies, estão o
hipismo e o automobilismo.
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