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Plano e meta
obcecam gestor emergente
DOS ENVIADOS A BELO HORIZONTE
Eles começaram na administração pública e nela se
mantiveram até galgar postos de destaque. Conhecedores da máquina, esses gestores emergentes são obsessivos com planejamento e
cumprimento de metas.
"Obcecado pela eficiência", declara-se Nelson Machado, 58, ministro da Previdência. Paulista de José Bonifácio, doutor em contabilidade na USP, é um dos gestores que mais se destacam no
governo Lula, como até adversários do PT reconhecem.
Fiscal do ICMS em São
Paulo, passou pela pasta das
Finanças da capital e pela da
Fazenda estadual. Militante
e fundador do PT, diz que
não basta ser eficiente: "Uma
campanha de vacinação pode ser muito eficiente, sem
desperdícios, mas, se não
ajudar a reduzir a mortalidade, não será efetiva".
Considera importante entender o que quer o chefe. A
Machado o presidente Lula
pediu para "acabar com as filas do INSS e combater as
fraudes". O ministro diz que
as filas da madrugada nos
postos da Previdência de rotineiras se tornaram esporádicas. Com o censo dos aposentados, prevê cortar 170
mil benefícios fraudulentos.
"Um curingão muito capaz: onde colocar ele vai
bem", diz o futuro secretário
da Fazenda do governo José
Serra, Mauro Ricardo Machado Costa, 44, do vice-governador eleito em Minas,
Antônio Anastasia. A definição cairia bem em Ricardo.
Funcionário da Receita,
pós-graduado pela FGV e homem de confiança de Serra,
já passou por vários ministérios. Natural de Niterói, deixou a chefia da Companhia
de Saneamento de Minas ao
ser chamado por Serra, então
prefeito paulistano, para pôr
em ordem as finanças. É considerado "o Serra do Serra".
"Sou determinado como ele.
Gosto de firmar um pacto,
estabelecer um plano de
ação, delegar e cobrar."
"Antes de assumir qualquer cargo, já tenho 80% do
planejamento pronto", diz o
secretário, que prepara um
programa de desburocratização. Para Mauro Ricardo, o
problema da ineficiência da
administração pública está
na incompetência de gestores e na impunidade. "Não
houve punição a quem descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal. Destruíram o
Estado financeiramente".
Anastasia diz que o importa são os resultados do serviço público. Já Ricardo admite que o negócio é arrecadar
mais- "mesmo cortando taxa, como a do lixo", ressalva.
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