São Paulo, sábado, 23 de dezembro de 2006

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Plano e meta obcecam gestor emergente

DOS ENVIADOS A BELO HORIZONTE

Eles começaram na administração pública e nela se mantiveram até galgar postos de destaque. Conhecedores da máquina, esses gestores emergentes são obsessivos com planejamento e cumprimento de metas.
"Obcecado pela eficiência", declara-se Nelson Machado, 58, ministro da Previdência. Paulista de José Bonifácio, doutor em contabilidade na USP, é um dos gestores que mais se destacam no governo Lula, como até adversários do PT reconhecem.
Fiscal do ICMS em São Paulo, passou pela pasta das Finanças da capital e pela da Fazenda estadual. Militante e fundador do PT, diz que não basta ser eficiente: "Uma campanha de vacinação pode ser muito eficiente, sem desperdícios, mas, se não ajudar a reduzir a mortalidade, não será efetiva".
Considera importante entender o que quer o chefe. A Machado o presidente Lula pediu para "acabar com as filas do INSS e combater as fraudes". O ministro diz que as filas da madrugada nos postos da Previdência de rotineiras se tornaram esporádicas. Com o censo dos aposentados, prevê cortar 170 mil benefícios fraudulentos.
"Um curingão muito capaz: onde colocar ele vai bem", diz o futuro secretário da Fazenda do governo José Serra, Mauro Ricardo Machado Costa, 44, do vice-governador eleito em Minas, Antônio Anastasia. A definição cairia bem em Ricardo.
Funcionário da Receita, pós-graduado pela FGV e homem de confiança de Serra, já passou por vários ministérios. Natural de Niterói, deixou a chefia da Companhia de Saneamento de Minas ao ser chamado por Serra, então prefeito paulistano, para pôr em ordem as finanças. É considerado "o Serra do Serra". "Sou determinado como ele. Gosto de firmar um pacto, estabelecer um plano de ação, delegar e cobrar."
"Antes de assumir qualquer cargo, já tenho 80% do planejamento pronto", diz o secretário, que prepara um programa de desburocratização. Para Mauro Ricardo, o problema da ineficiência da administração pública está na incompetência de gestores e na impunidade. "Não houve punição a quem descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal. Destruíram o Estado financeiramente".
Anastasia diz que o importa são os resultados do serviço público. Já Ricardo admite que o negócio é arrecadar mais- "mesmo cortando taxa, como a do lixo", ressalva.


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