DOS ENVIADOS A BELO HORIZONTE

Em terra de Andradas, Neves e Amarais, destoa o Junho Anastasia do professor da UFMG que dia 1º toma posse como vice-governador. Pela ascendência italiana e pela carreira inteiramente dedicada ao serviço público, Antônio Augusto Anastasia é um outsider na elite mineira. "É a maior vocação de servidor público que conheço; alia formação acadêmica muito sólida e profunda sensibilidade política", diz o governador Aécio Neves.
"É um craque que nasceu para a administração pública", afirma o ex-ministro José Gregori, que teve Anastasia como principal executivo na pasta da Justiça (governo FHC).
Formado em direito, Anastasia é funcionário de carreira da Fundação João Pinheiro -centro de pesquisa aplicada do governo de Minas. Paulo Paiva, primeiro ministro do Trabalho de FHC, levou Anastasia ao governo federal em 1995, como seu secretário-executivo. "Mas você me deixe o Anastasia lá", Paiva ouviu do presidente quando trocou o Trabalho pelo Planejamento. "Só tenho uma recomendação: mantenha o Anastasia", sugeriu José Carlos Dias, demissionário da Justiça em abril de 2000, a FHC.
O conhecimento da máquina pública e das leis, a capacidade de encontrar soluções criativas no quadro existente, a dedicação ao trabalho, a integridade e a lealdade são algumas das qualidades de Anastasia destacadas por pessoas que trabalharam com ele.
A convite de Aécio, em 2002, coordenou a transição para o novo governo de Minas. Nomeado secretário de Planejamento, implantou o "choque de gestão". O programa se funda no enxugamento do organograma da administração, no aumento da capacidade de arrecadar, no estabelecimento de metas, indicadores e bonificações no serviço público e no gerenciamento de despesas.
Minas zerou seu déficit orçamentário -que era de R$ 2,4 bilhões em 2003. Contribuíram mais para isso o aumento de receitas e o freio na folha de pagamentos, embora gastos de custeio tenham caído até 2004. Fixou-se um elenco de 30 projetos como destino prioritário dos recursos obtidos no ajuste fiscal.
Aécio diz que Anastasia vai presidir os conselhos setoriais do Estado -agrupamentos de secretarias por área de afinidade. O descendente de italianos que torce para o Atlético terá ampliados seus poderes como supergerente.


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