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São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 2003

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Líder sindical dos EUA defende petista na Suíça

DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

Ao contrário de alguns dos organizadores do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, que criticaram o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também ir ao Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), seus ex-colegas do movimento sindical só vêem vantagens na presença do presidente brasileiro.
"Onde mais ele poderia em apenas três dias falar a tantos empresários e a tantos ministros de Economia?", pergunta por exemplo John Sweeney, presidente da portentosa AFL-CIO, a principal central sindical norte-americana.
A AFL-CIO (Federação Americana do Trabalho-Congresso das Organizações Industriais), por suas afiliadas, ajudou o movimento sindical brasileiro, inclusive com recursos financeiros, durante as greves realizadas nos anos 70 e 80, exatamente as que projetaram nacionalmente o hoje presidente Lula.
Sweeney está longe de fazer parte do coro dos satisfeitos com o neoliberalismo, predominante no encontro realizado em Davos.

UNI
Em uma sessão da qual também participou o então presidente Fernando Henrique Cardoso, no ano de 1998, o líder sindical declarou que o modelo econômico norte-americano, então em pleno "boom", não era exportável para outros países por ser "tóxico".
Outro sindicalista muito ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores) defende igualmente a presença de Lula no evento.
É Philip Jennings, secretário-geral da UNI (Union Network International, uma federação de trabalhadores do setor de serviços, fundamentalmente telecomunicações), que mandou uma delegação também ao Fórum Social Mundial, de Porto Alegre.
"É importante que ele use este palco mundial para dizer quais são as suas ambições tanto no plano nacional como no internacional", afirma Jennings.

Poucas vozes
Nora Lustig, especialista em combate à pobreza quando trabalhava no Bird (Banco Mundial), hoje reitora da Universidade das Américas (Puebla, México), é uma das poucas vozes que manifesta no mínimo ceticismo em relação às chances do governo Lula conciliar a ortodoxia de Davos com as políticas sociais caras a Porto Alegre.
"Ele não tem margem de manobra, pelo constrangimento da situação financeira", diz.
(CLÓVIS ROSSI)


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