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Líder sindical dos EUA
defende petista na Suíça
DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
Ao contrário de alguns dos organizadores do Fórum Social
Mundial de Porto Alegre, que criticaram o fato de o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva também
ir ao Fórum Econômico Mundial,
em Davos (Suíça), seus ex-colegas
do movimento sindical só vêem
vantagens na presença do presidente brasileiro.
"Onde mais ele poderia em apenas três dias falar a tantos empresários e a tantos ministros de Economia?", pergunta por exemplo
John Sweeney, presidente da portentosa AFL-CIO, a principal central sindical norte-americana.
A AFL-CIO (Federação Americana do Trabalho-Congresso das
Organizações Industriais), por
suas afiliadas, ajudou o movimento sindical brasileiro, inclusive com recursos financeiros, durante as greves realizadas nos
anos 70 e 80, exatamente as que
projetaram nacionalmente o hoje
presidente Lula.
Sweeney está longe de fazer parte do coro dos satisfeitos com o
neoliberalismo, predominante no
encontro realizado em Davos.
UNI
Em uma sessão da qual também
participou o então presidente Fernando Henrique Cardoso, no ano
de 1998, o líder sindical declarou
que o modelo econômico norte-americano, então em pleno
"boom", não era exportável para
outros países por ser "tóxico".
Outro sindicalista muito ligado
à CUT (Central Única dos Trabalhadores) defende igualmente a
presença de Lula no evento.
É Philip Jennings, secretário-geral da UNI (Union Network International, uma federação de trabalhadores do setor de serviços, fundamentalmente telecomunicações), que mandou uma delegação também ao Fórum Social
Mundial, de Porto Alegre.
"É importante que ele use este
palco mundial para dizer quais
são as suas ambições tanto no plano nacional como no internacional", afirma Jennings.
Poucas vozes
Nora Lustig, especialista em
combate à pobreza quando trabalhava no Bird (Banco Mundial),
hoje reitora da Universidade das
Américas (Puebla, México), é
uma das poucas vozes que manifesta no mínimo ceticismo em relação às chances do governo Lula
conciliar a ortodoxia de Davos
com as políticas sociais caras a
Porto Alegre.
"Ele não tem margem de manobra, pelo constrangimento da situação financeira", diz.
(CLÓVIS ROSSI)
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