São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

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PAINEL

Tapete vermelho
Leonel Brizola (PDT) procurou Cristovam Buarque horas após sua demissão. O pedetista quer tê-lo em seu partido como uma referência da oposição no Congresso e um potencial candidato à sucessão de Lula.

Vil e errôneo
Demitido por telefone, Cristovam Buarque foi ontem ao café A Brasileira, o preferido de Fernando Pessoa em Lisboa. Poderia repetir o "Poema em Linha Reta": "Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?".

A luta continua
Novo ministro da Educação, Tarso Genro deve bater de frente, de novo, com sua filha, a ex-petista Luciana Genro. "Vamos enfrentar a privatização branca do ensino público", diz ela.

Sai ileso
Antonio Palocci comemorou o resultado da reforma ministerial. Considera-se o grande vencedor. Não houve mudanças na área econômica. Mesmo sendo bombardeado, Guido Mantega continua no Planejamento.

Inimigo do rei
Apesar de ter seu ministério dividido, José Dirceu mostrou força. Trabalhou pela manutenção de Jaques Wagner na Esplanada e pela demissão de seu desafeto Cristovam Buarque.

Desgaste futuro
O senador Garibaldi Alves disse que não tinha o "perfil" para a Previdência. Mas o que pesou foi o desgaste com a cobrança de contribuição dos inativos.

Susto dos pequenos
A primeira missão de Aldo Rebelo, passada por Lula, será reorganizar a base aliada. PP, PL e PTB ameaçam dar sustos em votações no Congresso.

Olhar estrangeiro
Pesquisa sobre quem é "a voz mais importante hoje em comércio internacional", feita entre presentes ao Fórum de Davos, deu 10,5% dos votos para Lula. O Brasil faz 1,5% do comércio mundial. Ganhou Robert Zoellick (EUA), com 34,9%.

Tesoura no cargo
Anderson Adauto (Transportes) ficou e exonerou cinco servidores ligados ao departamento de infra-estrutura e transportes. O titular, José Coutinho, é seu desafeto na pasta.

Efeito colateral
A reforma ministerial leva ao Senado o suplente de Amir Lando, o empresário de Rondônia Mário Calixto Filho. Réu em processos de superfaturamento de merenda e de venda de publicidade oficial, chegou a ser preso em ação movida pelo PT.

Dúvida no exterior
Mário Calixto está em Miami. Sua filha disse que o pai ainda nem sabia da ida de Amir Lando para a Previdência. Não confirmou se assumirá a vaga no Senado como primeiro suplente.

Loira gelada
Zeca Pagodinho levou sua própria cerveja no encontro com Lula na Granja do Torto. "Não bebo cerveja de paulista", brincou. Garoto-propaganda da Nova Schin, o cantor preferiu beber cerveja Brahma.

Protesto verde
Entidades antitransgênicos divulgam carta na qual recomendam manifestações públicas em supermercados e em órgãos dos governos estaduais para protestar contra a lei de biossegurança.

Acordo mineiro
É praticamente certo o acordo para Aécio Neves (PSDB) apoiar a reeleição de Fernando Pimentel (PT) à Prefeitura de BH. Há a possibilidade de coligação ou de os tucanos não lançarem candidato e apoiarem informalmente o petista. Em troca, Aécio teria o apoio do PT em 2006.

Viagem polêmica
José Viegas (Defesa) diz que a viagem à Rússia constava de roteiro oficial, previamente autorizado por Lula. Nega ter feito reuniões para discutir a compra de caças supersônicos.

TIROTEIO

Do presidente do PSDB, José Serra, sobre a exoneração de Cristovam Buarque:
-Ministro da Educação, Cristovam foi bem preparado e bem educado. Foi demitido com deseducação.

CONTRAPONTO

Todo mundo sonha ser ministro

Na semana de definição da reforma ministerial, qualquer toque do telefone acendia as esperanças mais remotas dos políticos em Brasília.
Se o telefonema tinha origem em algum prócer petista, só os minutos de espera com a secretária estavam levando a devaneios passados necessariamente na Esplanada dos Ministérios
O deputado Patrus Ananias (PT-MG) foi escolhido ministro do Desenvolvimento Social.
Ao ser informado da notícia, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), telefonou para o deputado Paulo Bernardo (PT-PR):
-Paulão, preciso de você no lugar do Patrus.
-Oba! Vou ser o superministro da área social?- encantou-se Paulo Bernardo.
- Não, será relator do projeto de Parceria Público-Privada.
-Tudo bem. Não é um cargo tão bom, mas aceito.


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