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Ação retardada, unificação social cria superministério de R$ 15
bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A unificação das políticas da
área social em uma superpasta, o
Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, é uma
ação retardada do Palácio do Planalto. Para membros do governo,
a medida deveria ter sido adotada
no início da gestão petista, o que
evitaria o desgaste de demitir ministros após apenas um ano. A
área social, devido à sobreposição
de funções, foi alvo de críticas nos
primeiros 12 meses sob Lula.
A avaliação é de assessores ligados a Benedita da Silva (Assistência Social), José Graziano (Segurança Alimentar) e Ana Fonseca
(Bolsa-Família) -cujas pastas e
programas serão coordenados a
partir de agora pelo ministro Patrus Ananias (PT-MG). O orçamento anual do novo ministério
pode atingir os R$ 15 bilhões.
Nas pastas em fusão, poucos
acreditam que Lula expandirá a
unificação de outros programas
ao novo ministério, como alguns
que, sozinhos, englobam milhões
de reais na Educação e na Saúde,
por exemplo. Tal investida causaria conflitos internos no governo.
Ao anunciar sua equipe ministerial no início do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
teria levado em conta motivações
políticas e pessoais ao optar por
um caminho oposto à unificação.
A criação do ministério extraordinário da Segurança Alimentar e
Combate à Fome de uma só vez
acomodou o amigo e acadêmico
Graziano e ainda deu publicidade
e firmou o nome de seu principal
programa social, o Fome Zero.
Benedita, com futuro político
ainda incerto, deixou o governo,
enquanto Graziano e Ana Fonseca tendem a permanecer como
assessores especiais do superministro da área social.
No caso de Benedita, houve dois
momentos. Em princípio, foi acolhida após a derrota nas eleições
ao governo do Rio de Janeiro. Meses depois, após ter viajado a Buenos Aires para participar de um
ato evangélico com parte de suas
despesas pagas pelo governo, fato
que desgastou sua imagem, viu o
Planalto transferir algumas de
suas principais funções para as
mãos de Ana Fonseca, na Secretaria Executiva do Bolsa-Família.
Na semana passada, para tentar
segurar Benedita no cargo, assessores de sua pasta enviaram um
relatório das ações da Assistência
Social ao presidente da República,
dando destaque ao cumprimento
de todas as metas, mesmo diante
de um orçamento enxuto.
Na pasta, a avaliação é que a entrada do PMDB no governo influenciou na queda de Benedita,
adversária de Anthony e Rosinha
Garotinho no Rio de Janeiro.
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