CATHY NEWMAN
DO FINANCIAL TIMES

Um navio de salvamento afundado por uma ventania antes de partir do porto do Estocolmo em 1628 pode parecer um estranho local para um jantar dos líderes de governos de centro-esquerda. Mas o Vasa pode acabar sendo símbolo do destino da cúpula da Governança Progressista, o encontro de políticos que jantaram na sexta no museu que agora abriga os destroços do navio.
Fundado em 1997 pelo ex-presidente americano Bill Clinton e o primeiro-ministro britânico Tony Blair, o grupo pode estar indo de encontro às pedras.
A reunião desta semana, adiada por causa dos atentados terroristas de 11 de setembro, acontece sem os EUA, a Itália e a Argentina, onde a centro-esquerda não está mais no poder, e sem representantes da Coréia do Sul e da Grécia, que não aceitaram o convite.
Os 110 representantes de governos em Estocolmo neste final de semana estariam testemunhando, segundo o jornal sueco "Dagens Nyheter", o "último encontro da velha turma".
A centro-esquerda européia está ameaçada por um ressurgimento da direita nas eleições da França e Alemanha. A direita já alcançou o poder na Itália, Espanha, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Áustria -e nos EUA.
Mas essa não é a única razão pela qual a "velha turma" de Tony Blair e dos primeiros-ministros Gerhard Schröder (Alemanha) e Lionel Jospin (França) pode não se reunir de novo em um fórum assim. As confusões na aliança da centro-esquerda européia são visíveis. Mesmo assim, os entusiastas da Terceira Via acreditam ser mais importante do que nunca continuar a se encontrar, particularmente após o 11 de setembro.
O guia do museu do Vasa talvez dê algum conforto a Blair e aos outros convidados. "Para um grande navio que afunda na primeira viagem, esse poderia ter sido o fim. Ao contrário, foi o começo de uma aventura que ainda está em progresso", diz o folheto.


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