São Paulo, domingo, 24 de fevereiro de 2002

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Sem pefelista, tucano cresce, mas fica atrás do petista 14 pontos e empata tecnicamente em 2º com Garotinho

Sem Serra, Lula tem 29%, e Roseana, 28%

DA REPORTAGEM LOCAL

A governadora Roseana Sarney (PFL) é hoje o nome do bloco situacionista mais bem posicionada, na hipótese de seu partido, o PSDB e o PMDB decidirem ter candidato único. Roseana cresceu oito pontos percentuais no cenário em que José Serra (PSDB) e Itamar Franco (PMDB) são retirados da disputa.
A pefelista atinge 28% e aparece outra vez tecnicamente empatada com o pré-candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva, com 29%. Em dezembro, último mês em que o Datafolha fez pesquisa com esse cenário, o petista surgia com 34% das intenções de voto, cinco pontos a mais do que agora.
Na hipótese em que Roseana cede a vaga de candidato da tríplice aliança a José Serra (PSDB), o ex-ministro cresce cinco pontos (vai de 11% para 16%), mas é derrotado por Lula por 14 pontos de diferença, mesmo o petista perdendo quatro pontos na comparação com o levantamento anterior (indo de 36% para 32%).
Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Serra fica empatado tecnicamente com o governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), que obtém 19%, um crescimento de quatro pontos nesse cenário.
Ciro Gomes (PPS) ficaria estacionado em 13%, também tecnicamente empatado com Serra, mas distante de Garotinho.
Sozinha como candidata governista, Roseana se destaca entre as mulheres (com nove pontos percentuais a mais do que entre os homens), entre os jovens e eleitores na faixa entre 25 e 34 anos (30%), e nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul, nas quais supera Lula -por 35% a 31% na primeira e 31% a 26% na segunda.
Garotinho nesse cenário atinge 16% dos votos, um crescimento de três pontos percentuais. Ciro Gomes aparece com 11%, queda de três pontos na comparação com dezembro do ano passado.
Sendo Serra o candidato governista, o tucano se destaca entre os jovens (18% das intenções de voto), entre os eleitores com mais de 60 anos (19%) e entre os votantes do Sul (19%) e do Sudeste (17%).
Um dos auxiliares próximos de Roseana comentou na semana passada que a governadora ainda tem dúvidas sobre sua candidatura presidencial. Ela calcula que poderá ter um desgaste elevado, seja por causa dos índices sociais do Maranhão seja por ser filha de José Sarney, que encerrou sua gestão na Presidência (1985-1990) com hiperinflação e denúncias de corrupção, que deram munição para a candidatura de Fernando Collor na eleição de 1989.
A pefelista avalia que conseguiria facilmente ser eleita senadora por seu Estado, numa campanha menos estafante e que, com a desistência, aumentaria seu cacife num eventual governo de um aliado de FHC -no caso, Serra.
Mas sua performance nas pesquisas, até aqui em linha ascendente, traz estímulo para tentar a sua cartada mais alta. O projeto político do PFL a leva também nesse sentido, com a possibilidade de eleger uma bancada forte no Congresso Nacional e diversos governadores, em uma chapa puxada por Roseana.
Serra começou na semana passada -ao deixar o Ministério da Saúde e entrar de vez em campanha- a tentativa de se mostrar viável como candidato, se não da tríplice aliança, ao menos do PSDB. A preocupação é com a epidemia de dengue, iniciada depois do Carnaval e que está no seu auge. Mas seus efeitos eleitorais só devem aparecer na próxima pesquisa, fundamental como termômetro de sua candidatura. (PLÍNIO FRAGA)


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