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OUTRO LADO
Advogado diz ter "dever" de analisar todas as causas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Erick Vidigal disse à Folha
que, como advogado, tem "o
dever" de analisar os casos
que lhe chegam. Por isso viajou a Cuiabá (MT), para negociar causas de integrantes
da quadrilha do "comendador" João Arcanjo Ribeiro.
"É óbvio que as pessoas
envolvidas em grandes problemas acreditam nessa ficção de que parente de magistrado tem poder para resolver alguma coisa", afirmou o
filho do ministro Edson Vidigal, vice-presidente do STJ
(Superior Tribunal de Justiça). "Sou advogado, inscrito
na OAB. Se a pessoa acredita
nisso, eu, em nenhum momento, fiz a pessoa acreditar", afirma.
Por que negociou uma
causa envolvendo decisão
que seria tomada por seu
pai? "Meu pai não é presidente da corte. Quem responde nos recessos e finais
de semana é o presidente. Eu
não tenho impedimento em
advogar perante o presidente da corte. Em determinada
data, o meu pai assume [a
presidência]. E o impedimento surge."
Os diálogos captados pelo
grampo da polícia indicam
que Erick negociou com representantes da quadrilha
de Arcanjo Ribeiro no próprio dia em que o pai dele
decidiu sobre o habeas corpus que interessava a membro da quadrilha (22 de janeiro último).
Mas Erick sustenta que,
constatado o impedimento,
ele recusou a causa.
Em nota divulgada na sexta-feira, o ministro Edson
Vidigal pediu a abertura de
inquérito específico da PF
para apurar o caso.
Responsável pelas investigações em Mato Grosso, o
procurador da República
Pedro Taques disse ontem:
"Virou moda no Brasil pessoas investigadas pedirem a
abertura de investigação."
(JS)
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