São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

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SOMBRA NO PLANALTO

Evento, previsto para o dia 3 em Brasília, será tentativa de demonstração de força do partido, que quer reafirmar apoio a Lula

PT fará ato nacional em desagravo a Dirceu

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na tentativa de afastar a sombra do caso Waldomiro Diniz sobre o governo, a Direção Nacional do PT vai realizar um ato nacional de desagravo ao ministro José Dirceu (Casa Civil) e de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O evento, previsto para o próximo dia 3, em Brasília, será uma demonstração de força do partido, que pretende trocar a posição defensiva e sair para o ataque. Serão convocados prefeitos, governadores, parlamentares e ministros petistas, bem como aliados do governo federal.
Nos Estados, atos paralelos deverão reforçar a orientação nacional do partido. Os diretórios municipais e estaduais foram convocados a realizar manifestações e eventos públicos de apoio a Dirceu e ao governo federal, abalados pelo caso Waldomiro Diniz -ex-subchefe da Casa Civil flagrado em 2002 negociando dinheiro para campanhas eleitorais com empresário ligado ao jogo do bingo.
A orientação para os petistas é "defender o patrimônio ético do partido" e relacionar o caso Waldomiro a uma tentativa de partidos adversários, principalmente PSDB e PFL, em usar o episódio para enfraquecer o PT na disputa pelas prefeituras em 2004.
"Vivemos um clima de enfrentamento político. Eles [os adversários políticos] se revelaram quando disseram que o interesse é [a eleição municipal de] 2004. O PT não vai deixar que o seu patrimônio ético seja vilipendiado. Vamos para a ofensiva", afirmou José Genoino, presidente nacional da legenda.
A idéia do ato partiu do prefeito Marcelo Déda (PT) e foi encampado pelo Diretório Nacional.
"Será um ato de defesa do governo federal e de solidariedade a José Dirceu", disse Genoino, que afirmou ser "inegociável" a saída do ministro da Casa Civil.

Ingenuidade
Para Genoino, Dirceu cometeu um "erro político" ou agiu com "ingenuidade" ao confiar em Waldomiro - tido como o homem forte do ministro. "Mas Dirceu não cometeu nenhuma irregularidade e a maneira como ele está sendo atacado é inaceitável."
Na semana passada, Dirceu defendeu seu afastamento temporário para preservar o governo. O presidente Lula não aceitou, apesar de não descartar essa hipótese.


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