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MST desocupa fazendas em busca de diálogo
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PIQUEROBI
O MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem
Terra) começou ontem a desocupar as fazendas invadidas no oeste de São Paulo,
em uma tentativa de obter
uma audiência com autoridades do governo estadual.
Em Caxias do Sul (RS), trabalhadores rurais se enterraram até o pescoço em protesto contra a reintegração de
posse de uma área.
"[A desocupação] é um
gesto para mostrar ao secretário [da Justiça de SP, Luiz
Antonio Marrey] que não somos intransigentes", disse
José Rainha Jr., articulador
das 13 invasões ocorridas no
início da semana no Pontal e
em Alta Paulista. Segundo
Rainha, os sem-terra deixarão as fazendas até amanhã.
"Já que o secretário diz
que o diálogo só ocorrerá depois da desocupação das
áreas, vamos atendê-lo para
agilizar o processo", disse.
A realização de uma reunião entre representantes
dos governos federal e estadual com os movimentos sociais é uma das exigências de
Rainha para pôr fim às invasões. No encontro, ele disse
que apresentará uma lista de
12 fazendas cujos proprietários se interessam em negociar com o Estado.
Até o final da tarde de ontem, a Justiça concedeu reintegração de posse a cinco das
13 propriedades invadidas.
O diretor-executivo do
Itesp (Instituto de Terras do
Estado de São Paulo), Gustavo Ungaro, considerou a iniciativa do MST "uma medida
razoável", mas, "como a interlocução já estava aberta,
era totalmente desnecessário esse ato [invasão]." A assessoria de Marrey disse que
"a posição tomada pelo Itesp,
órgão vinculado à pasta, será
seguida pela secretaria".
Rio Grande do Sul
Cinco trabalhadores rurais
se enterraram ontem até o
pescoço em Caxias do Sul
(RS) em protesto contra a
reintegração de uma área rural no município.
Outros cinco haviam se
acorrentado a uma estaca
presa ao chão. Segundo a Brigada Militar, o protesto ocorreu por volta das 12h. À tarde,
os manifestantes deixaram o
local sem resistência.
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