da Sucursal de Brasília

Os fundos de pensão detêm R$ 205,488 milhões em títulos públicos sob investigação pela CPI dos Precatórios.
Esse valor equivale a 5,93% do total dos R$ 3,464 bilhões de papéis que a comissão investiga.
Apesar de o percentual dos fundos ser relativamente pequeno em comparação ao total dos títulos, a CPI acredita que a administração dessas entidades foi, no mínimo, pouco cautelosa na negociação de compra desses papéis.
Na sexta-feira passada, o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, demitiu a diretoria inteira da Telos, fundo de pensão dos funcionários da Embratel.
Não há nada comprovado a respeito da participação de um diretor da Telos. Mas Motta encontrou indícios claros de, no mínimo, má administração.
Em outubro passado, a Telos comprou títulos públicos de Santa Catarina por um valor superior em 12% ao que o mesmo papel havia sido vendido na mesma data.
Segundo um levantamento da CPI, preparado sob a coordenação da senadora Emília Fernandes (PTB-RS), a Telos detinha R$ 37,825 milhões em títulos públicos sob investigação no dia 27 do mês passado.
Essa data, 27 de fevereiro, se refere ao último levantamento recebido pela CPI a respeito de quem tinha em suas carteiras os títulos hoje sob suspeita.
Nesse levantamento da CPI, a Telos era o fundo com o segundo maior valor de títulos, perdendo apenas para o Petros, da Petrobrás, que detinha R$ 38,928 milhões desses papéis. Ao todo, são 16 os fundos de pensão que aparecem na lista preparada pela senadora Emília Fernandes.
A decisão de sexta-feira de Motta levou o relator da CPI, senador Roberto Requião (PMDB-PR), a elogiar o ministro em público, algo que Requião não tem feito com frequência quando se trata de algum membro do governo.
"A atitude de Sérgio Motta merece o aplauso de todos que desejam ver na cadeia a quadrilha que roubou com a venda fraudulenta de títulos dos Estados e municípios'', disse Requião.
(FERNANDO RODRIGUES)

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