São Paulo, domingo, 24 de março de 2002

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Confirmação de apuração na Suíça não muda nada, afirma Tosto

Advogado de Maluf diz que investigação não é surpresa

DA REPORTAGEM LOCAL

DO ENVIADO A GENEBRA

Ricardo Tosto, advogado do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB), afirmou ontem que "não surpreende" a confirmação do procurador-geral de Genebra, Bernard Bertossa, de que existe uma investigação judicial sobre o dinheiro do pepebista depositado na Suíça e depois transferido para Jersey.
"Isso não surpreende, visto que foi emitida uma rogatória pela Justiça brasileira solicitando à Suíça informações sobre o assunto", explicou Tosto, indicado pela assessoria de imprensa do ex-prefeito para responder às declarações de Bertossa.
"Se há mesmo investigações na Suíça e em Jersey provavelmente elas foram abertas depois disso", completou o advogado, encarregado do caso.
"Vamos aguardar as informações que serão enviadas de lá. As rogatórias serão respondidas e, quando forem, tudo será explicado. O dr. Paulo já disse que não tem esse dinheiro."
A carta rogatória é uma ordem judicial que um país envia a outro, por via diplomática, solicitando determinada diligência.
Segundo Tosto, desde que as investigações foram iniciadas no Brasil, nove cartas rogatórias foram encaminhadas à Suíça, aos Estados Unidos e a Jersey.
"Desde que a apuração começou não há provas e continua não havendo. Isso [as declarações" não muda nada. Vamos aguardar", disse o advogado.

Na Suíça
O advogado suíço Carlo Lombardini, que representa o escritório de consultoria HBK Investiments Advisory S.A. na investigação sobre as movimentações financeiras de Maluf, disse à Folha que não comentaria o caso.
A Folha não conseguiu localizar o advogado Paul Gully Hart, do escritório de advocacia suíço Schellenberg Wittmer. Ele não respondeu aos recados deixados com sua secretária.
Apesar de terem sido identificadas ligações telefônicas da família de Maluf para sua casa, Nanette Connely Sistovaris, funcionária do Citibank de Genebra, disse que desconhecia o "Caso Maluf" e que não tinha nada a dizer sobre o ex-prefeito paulistano. Sistovaris foi localizada pela Folha no mesmo telefone identificado pela quebra de sigilo telefônico da família de Maluf.



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