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Crise não deve
afetar rumo, diz
"Financial Times"
DA REDAÇÃO
O jornal britânico "Financial
Times" afirma, em editorial da
edição de hoje com o título "O
desafio de Lula", que as realizações do governo de Luiz Inácio
Lula da Silva nos primeiros 15
meses são "impressionantes" e
que o presidente não deve deixar que "os ventos desfavoráveis o afastem de seu curso".
Como ventos desfavoráveis,
o diário cita a recuperação econômica "mais lenta do que se
esperava" e "crescentes críticas" de aliados e da oposição.
Ontem, o governo Lula já havia sido tema no "FT" da coluna "Observer". O texto afirma
que a disputa entre governistas
"parece mais com bate-boca
em parquinho infantil".
À queda de 0,2% no PIB brasileiro no ano passado, o editorial de hoje já contrapõe a avaliação de que "a maré econômica parece estar virando", com
previsões de crescimento de
3% a 4% neste ano, mas afirma
que as frustrações crescem por
causa do declínio em 2003 e do
nível alto de desemprego.
Também diz que os investidores estão nervosos com o ritmo lento na redução da taxa de
juros, apesar de o último corte
de 0,25% ter sinalizado que o
ciclo de queda será retomado.
Entre os problemas enfrentados pelo governo, o "Financial
Times" cita ainda o caso Waldomiro Diniz, definido como
"um escândalo de corrupção
envolvendo um assessor de José Dirceu". Segundo o jornal, o
caso criou "uma espécie de vácuo no coração do governo".
Em conseqüência, afirma o
editorial, o presidente viu sua
gestão sob críticas até em seu
partido e recebeu cobranças
para deixar "as políticas fiscal e
monetária conservadoras".
A resposta de Lula já veio,
mas, de acordo com o "FT",
precisa ser mais enfática na
"defesa das políticas econômicas". O editorial avalia que isso
não será fácil, por causa das diferenças de interesses na base
aliada, e que o capital político
do presidente segue "intacto".
O jornal justifica a necessidade de defesa enfática da política
econômica, dizendo que, sem
isso, será passada a impressão
de que o apoio de Lula à ortodoxia é ambivalente e diminuirá a confiança dos investidores.
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