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PSDB e PFL já falam em
risco à governabilidade
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em jantar na casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, a cúpula do
PSDB e a do PFL chegaram a um
diagnóstico comum sobre a crise
do governo: o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva corre o risco
não só de perder a popularidade,
mas também o respeito, o que seria um risco à governabilidade.
O anfitrião FHC avalizou a
aliança oposicionista entre PSDB
e PFL no Congresso, mas advertiu
que deve ser exercida sem perder
de vista a governabilidade, sem
tentar desestabilizar o governo.
Avaliação consensual, segundo
a Folha apurou: falta comando a
Lula. Essa suposta falha teria duas
causas: falta de preparo administrativo dele e sua omissão em relação aos conflitos de governo.
Entre outros, foram ao jantar,
pelo PFL, os senadores Marco
Maciel (PE), ex-vice presidente da
República, e Jorge Bornhausen
(SC), que preside a sigla, e, pelo
PSDB, o presidente do partido,
José Serra (SP), e o governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin.
Alguns episódios foram lembrados para exemplificar a falta
de comando de Lula e o risco da
perda do respeito: declaração do
presidente da CUT, Luiz Marinho, segundo a qual Lula tomara
algumas taças de vinho ao fazer
determinado comentário sobre a
reforma trabalhista; bloqueio imposto às exportações de soja pelo
governador Roberto Requião
(PMDB-PR); e boicote da governadora Rosinha Matheus
(PMDB-RJ) à construção de oleoduto defendido pela Petrobras.
Para Bornhausen, Lula restabeleceria a autoridade se tivesse demitido o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PL), logo após sua posse, quando o presidente do seu partido, Valdemar
Costa Neto, pediu a saída do ministro Antonio Palocci (Fazenda).
PSDB e PFL também tomaram
duas decisões: vão se opor à
emenda que permitirá a reeleição
dos presidentes da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e rejeitarão eventual oferta de Lula
para um governo de coalizão.
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