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Aécio cogita aliança com Itamar para Senado
Tucano reafirma disposição para concorrer ao Congresso e diz que candidato a vice-presidente pode ser de outro partido
Em homenagem da ABL a Tancredo Neves, governador disse que, se seu avô não tivesse sido político, teria sido um "homem de letras"
DA SUCURSAL DO RIO
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), confirmou ontem que deixará o governo na tarde de 31 de março
para concorrer ao Senado.
Ele esteve ontem na ABL
(Academia Brasileira de Letras) para participar de homenagem ao centenário do avô, o
ex-presidente Tancredo Neves
(1910-1985). Antes da solenidade, destacou o vínculo entre
Tancredo e a literatura, sobretudo a francesa e a brasileira.
"Não tivesse buscado o caminho da política, certamente seria um homem de letras", disse
ele, acrescentando que o avô
"amava os livros", "se influenciou muito pelos franceses" e
aproximou-se de literatos mineiros, como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
e Pedro Nava (1903-1984).
Sobre política, Aécio afirmou
que a composição da chapa majoritária mineira não está definida, mas que poderá fazer dobradinha com o ex-presidente
Itamar Franco (PPS) na disputa pelas duas vagas de senador.
"Pretendo colocar meu nome
como candidato ao Senado. (...)
O ex-presidente Itamar é nome
com forte potencial de candidato ao Senado", afirmou.
Aécio disse que no dia 10 participará do lançamento da candidatura do governador de São
Paulo, José Serra, à Presidência
pelo PSDB. Para ele, o candidato a vice, para o qual ainda é citado, pode ser de outro partido.
"A lógica não deve se prender a
ser do PSDB ou não, mas que
ajude a nossa vitória."
Acompanhado da mãe, Inês
Maria Neves Faria, e da filha
Gabriela, 18, o tucano ouviu
pronunciamentos do presidente da ABL, Marcos Vilaça, e do
acadêmico Eduardo Portella.
Para Vilaça, Tancredo, "fez a
caminhada do arremate das
montanhas para o Planalto" e
"consolidou o projeto brasileiro de democracia".
Portella destacou que Tancredo foi "aquele que fez do
Brasil e da democracia a sua estrada e seu belo horizonte",
"sempre contra todas as formas
de autoritarismo".
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