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Tucano rebate crítica do FMI
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu as críticas do
diretor-gerente do FMI (Fundo
Monetário Internacional), Michel
Camdessus, de que o país está pagando um preço elevado por ter
adiado mudanças na política cambial por causa do período eleitoral.
Sem citar o nome do dirigente do
Fundo, FHC disse que esse tipo de
crítica é um "ledo engano". Segundo ele, "havia convicção, sobretudo por parte dos que dirigiam e dirigem a economia, de que era preciso persistir (...) na política de estabilização da economia".
Na semana passada, Camdessus
afirmou que "os brasileiros estão
pagando um preço elevado pelas
variações apresentadas pelo governo no período eleitoral e pós-eleitoral" e que "a recessão atual
deve-se a erros cometidos pelo governo brasileiro e não ao programa
imposto pelo FMI".
FHC afirmou que "a idéia fixa do
governo" sempre foi a de que, sem
a estabilidade, não se conseguiria
"ter condições de levantar no país
as energias necessárias para uma
integração competitiva".
Em vez de recessão, como disse
Camdessus, o presidente preferiu
dizer que o país está "em relativa
depressão" econômica, mas que, a
despeito das turbulências pelas
quais está passando o país, "já se vê
luz no fim do túnel".
Em outra crítica indireta ao FMI,
o presidente disse que a promessa
de superávit fiscal de 3% feita ao
organismo no último acordo "é
muito", "muitíssimo" para a economia de um país como o Brasil.
O presidente afirmou que apesar
de essa ser uma grande exigência,
hoje ele tem "tranquilidade" para
dizer que vai criar esse superávit,
pois o Congresso lhe deu as condições para tanto.
"E muita gente que fala em cortar
mais não sei quantos pontos do
PIB é porque nunca se sentou numa cadeira responsavelmente para
tomar decisões, que sabe que a decisão afeta o povo", afirmou.
"Há limites para isso! O mercado
emite sinais, mas o governo corrige esses sinais impondo limites para essa espécie de voracidade para
que o governo "corte, corte, corte,
corte'."
Segundo Fernando Henrique, ele
sempre manterá "um olho na
questão social" para saber se os
programas no setor vão ser ou não
atingidos. "Não podem ser atingidos", afirmou no discurso de quase 50 minutos diante de empresários reunidos em seminário na
CNI (Confederação Nacional da
Indústria).
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