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Dilma copia ex-presidente chilena e quer se lançar candidata a "presidenta"
UIRÁ MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A coordenação da campanha de Dilma Rousseff decidiu copiar Michelle Bachelet,
primeira mulher presidente
do Chile, e dizer que a petista
é candidata a "presidenta".
Na avaliação do PT, o termo
feminino pode marcar um diferencial da candidatura, mas
ainda é preciso ter certeza de
que não causará estranheza.
As palavras "presidente" e
"presidenta" estão corretas,
"mas a forma feminina é pouco usada", diz Thaís Nicoleti,
consultora de português do
Grupo Folha-UOL. Palavras
terminadas em "ente", segundo ela, são resultado do antigo
particípio presente e formam
substantivos neutros. O que
define o gênero é o artigo: "o"
presidente, "a" presidente.
Para Pasquale Cipro Neto,
o uso da forma "presidenta"
"é desnecessário se considerarmos todos os outros casos.
Os dicionários dão como forma possível, não obrigatória.
Talvez a "exigência" decorra
do politicamente correto".
Maria Helena de Moura
Neves, professora do Mackenzie e da Unesp, concorda
que não é necessário usar
"presidenta", mas diz que, do
ponto de vista da campanha,
"faz sentido, porque valoriza
o fato de o PT estar lançando
uma mulher à Presidência".
Para Regina Dalcastagnè,
professora da UnB, é impossível saber se isso terá impacto
eleitoral positivo, mas diz que
a questão "é política em sentido amplo, pois marca a presença do feminino e rompe
com a uniformização na língua, sempre no masculino".
Também da UnB, Susana
Moreira de Lima diz que "o
correto é usar "presidenta",
pois é a palavra registrada para designar a mulher que preside": "A discussão é saudável, porque traz a questão do
machismo na linguagem".
Colaborou ANA FLOR, da Reportagem Local
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