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Petista se diz "maracujá maduro"
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou seu discurso
na convenção do PL para tentar
romper preconceitos. Depois de
superar barreiras na cúpula de
seu mais novo aliado, Lula afirmou aos convencionais liberais
que adotou outra atitude de campanha. Não será mais visto "nervoso", atitude comum, como ele
mesmo classificou, em suas campanhas passadas.
"As pessoas acham que a gente
está ficando moderado. Não, estamos ficando mais velhos e mais
experientes. O maracujá verdinho
é uma fruta frondosa, dura e bonita, mas azeda. O maracujá maduro vai murchando, fica feio,
mas o sabor é infinitamente melhor", disse Lula.
Perante o PL, Lula prometeu
não falar mal dos outros candidatos ou do presidente Fernando
Henrique Cardoso. "Vamos falar
bem de nós, dos nossos partidos e
dos nossos programas. É assim
que vamos ganhar essas eleições."
A tentativa de afastar preconceitos contra o petista foi também
desempenhada pelos seus novos
aliados. Bispo Rodrigues (PL-RJ),
um dos mais resistentes à aliança,
disse, com uma Bíblia nas mãos,
que o petista lhe afirmou que gostaria que a palavra de Deus fosse
ensinada nas escolas.
Os maiores elogios, no entanto,
partiram do senador José Alencar
(PL-MG), vice na chapa de Lula.
Em um discurso sentimental,
Alencar lembrou de sua infância
pobre, da ausência de estudos formais em escola regular e de dificuldades de sua trajetória empresarial. As lembranças foram usadas para concluir que ele e Lula
são iguais, apesar de um ter se tornado um grande empresário e outro um líder sindical. "Se vocês
votarem na gente, estarão votando no Brasil. Nós somos o retrato
do Brasil", disse o senador.
Para falar contra o preconceito,
Lula contou episódios de sua vida
e afirmou ter sido preconceituoso
quando foi a uma comemoração
empresarial na qual conheceu
Alencar -um empresário, segundo Lula, que trabalhou contra
ele nas campanhas passadas.
Segundo Lula, na ocasião, depois de ouvir o discurso de Alencar, ele se perguntou: "Por que a
gente tem de julgar uma pessoa
sem conversar com ela e sem ter
informações corretas?"
A ligação política veio em seguida: "O preconceito não cabe a
uma pessoa de bem. Essa aliança é
um pouco isso", disse.
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