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CRIME ORGANIZADO
Ex-governador do MT se reúne com assessores
Acusado por parceiro de Arcanjo, Dante deve fazer hoje sua defesa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-governador Dante de Oliveira (PSDB-MT) deve manifestar-se hoje sobre o depoimento
que apontou suposto vínculo entre a contabilidade de suas campanhas políticas e uma empresa
de factoring de João Arcanjo Ribeiro, chefe de uma das maiores
quadrilhas do país, preso em
Montevidéu desde abril.
Em encontro que entrou pela
noite de ontem, Dante discutia
com seus advogados os termos do
depoimento prestado à Justiça
por Nilson Roberto Teixeira. Trata-se de um dos principais executivos do "staff" financeiro de Arcanjo Ribeiro.
Ele disse à Justiça que a Confiança Factoring, empresa do grupo de Arcanjo Ribeiro, teria repassado recursos para campanhas eleitorais de Dante, conforme noticiou ontem a Folha. Para
cobrir os repasses, a firma recebeu, na gestão de Dante, 27 cheques de uma repartição pública
do governo de Mato Grosso, o
DVOP (Departamento de Viação
e Obras Públicas).
O Ministério Público anexou ao
processo que corre na 1ª Vara Federal de Mato Grosso dados de
um relatório do Banco Central.
Rastrearam-se os depósitos do
DVOP para a Confiança. Somam
R$ 1.723.600,00.
A reportagem da Folha vem
tentando um contato com Dante
de Oliveira desde domingo. Deixaram-se sete recados no domingo, considerando-se os números
de Dante e de seus assessores.
Ontem, a pedido do ex-governador, sua assessoria de imprensa
informou ao jornal o seguinte:
1) no domingo, o governador
encontrava-se em local não coberto por antenas de telefonia celular. Pescava no Pantanal mato-grossense. Retornou a Cuiabá na
noite de domingo, após as 23h;
2) só na manhã de ontem tomou conhecimento do depoimento do auxiliar de Arcanjo;
3) reunido com sua assessoria
jurídica, analisava ontem os termos do depoimento. A análise
fundamentará a resposta;
4) Dante ainda não decidiu se
seu pronunciamento virá na forma de uma nota oficial ou de uma
entrevista. O mais provável é que
se manifeste hoje mesmo.
Nilson Roberto Teixeira fugia
da polícia desde 5 de abril, quando sua prisão foi decretada. No último sábado, entregou-se à Polícia Federal. Fez um acordo com a
Justiça, tornando-se "réu-colaborador". Falou a um juiz e três procuradores da República em troca
de proteção e da promessa de redução de pena. Após o depoimento, foi levado pela PF para outro Estado, mantido sob sigilo.
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