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OUTRO LADO
Ex-prefeito nega acusação e faz ataque a promotor
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-prefeito Paulo Maluf
(PP) afirmou ontem não ter assinado os documentos bancários enviados pela Suíça e acusou o promotor de Justiça Sílvio Marques de crime funcional por supostamente ter vazado os papéis sigilosos.
"Tenho absoluta certeza de
que quem transpirou os documentos não foi o Ministério da
Justiça nem a Polícia Federal,
quem transpirou os documentos foi Sílvio Marques, que é
um criminoso funcional", disse
o ex-prefeito.
Segundo Maluf, o crime funcional teria ocorrido duas vezes. "Primeiro quando ele
[Marques] entregou um documento com exclusividade a
uma rede de televisão, um documento que está em segredo
de Justiça". O ex-prefeito atribuiu ainda ao promotor a tentativa de creditar a responsabilidade a outros órgãos, "de maneira covarde".
"Eu acuso formalmente o
promotor Sílvio Marques de
querer substituir o Estado de
Direito no Brasil pelo Estado de
terrorismo iraquiano. Ele usa
os documentos por mero interesse político-eleitoral."
Questionado sobre os documentos, Maluf disse: "mão reconheço a assinatura, não reconheço os procuradores [que teriam sido nomeados por ele],
não tenho conta. O crime cometido contra a minha honra é
terem divulgado um documento, cujo acesso me foi proibido,
tanto pelo promotor quanto
pela Rede Globo", disse.
Maluf afirmou ainda que, pela data da assinatura do regulamento da White Gold, ele já
não era prefeito nem ocupava
cargo público, por isso não poderia ser acusado de improbidade administrativa (má gestão pública). Ele foi prefeito de
São Paulo entre 1993 e 1996.
"Se eu não era prefeito, em
1990, o problema de improbidade administrativa não existe.
Qualquer um pode fazer uma
aplicação, desde que conste em
seu Imposto de Renda", disse.
Sobre as assinaturas que
constam nos documentos, Maluf afirmou que não assinou
nada e que irá repassar os papéis para o perito grafotécnico
Celso Del Picchia, assim que tiver acesso aos documentos.
"O documento que ele [Marques] deu há dias estava escrito
a mão. Eu mandei fazer uma
perícia e provei que a letra não
era minha. Agora, por que esse
documento é datilografado?",
perguntou o ex-prefeito, que
representou contra o promotor
na Procuradoria Geral.
O documento anterior era a
carta atribuída a Maluf, na qual
são transferidos valores depositados na Suíça para Londres.
Dois peritos contratados por
Maluf informaram ser impossível atestar a autenticidade de
uma fotocópia -o original está no banco UBS de Zurique, na
Suíça.
O promotor Sílvio Marques
afirmou não ter repassado os
documentos e solicitou ontem
à Procuradoria Geral de Justiça
de São Paulo providências no
sentido de apurar o vazamento. Quanto às acusações de Maluf, Marques informou que não
iria responder, porque não repassou o documento.
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