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TODA MÍDIA
Lula e o chicote
NELSON DE SÁ
Na manchete do Jornal Nacional e também no título
do "Financial Times":
- Vitória do governo.
Foi "na Câmara", sublinhou o
JN. E "derrotou uma votação do
Senado na semana passada",
acrescentou o "FT".
Segundo a CBN, "Lula acompanhou a votação de Nova
York", informado o tempo todo
pelo ministro da Articulação
Política, Aldo Rebelo.
A Globo detalhou que, como a
Câmara aprovou e depois o Senado derrubou a medida provisória do mínimo, "a palavra final cabia aos deputados". E agora não precisa "nem de sanção
do presidente". Quem assina é
"o próprio Congresso".
Ou melhor, é o senador José
Sarney -o mesmo cujo grupo
tanto ajudou na derrota do governo no Senado.
Para a colunista Eliana Cardoso, do "Valor", antes mesmo da
votação de ontem:
- Se Lula trabalhar em favor
da reeleição de José Sarney no
Senado, vai beijar o chicote. Pega mal. Prestigiar quem o castiga não é reputação que ajude
um presidente.
Mas o problema de Lula não se
restringe a Sarney.
Rádios e sites contabilizaram
os votos dos deputados e sublinharam, na expressão da Jovem
Pan, que "o PT aparece em terceiro lugar". Atrás do "partido
mais governista na votação", o
PL, e até do PTB.
Petistas que haviam votado
com Lula se voltaram contra ele.
De outra colunista do "Valor",
Rosângela Bittar:
- Foi só Lula dar indicações
de que passaria a considerar
mais a presença da aliança, no
governo, para se instalar no PT o
salve-se quem puder... Lula passou a receber um duro troco: a
desobediência, a reação virulenta, obsessiva e cega.
O PRIMEIRO DEBATE
Enquanto a Band faz rir com o candidato Paulo Maluf,
a Globo confirma que o primeiro debate em São Paulo,
neste ano, é dela. O SPTV dizia ontem que o programa
será mesmo no dia 1º, com mediação de Chico Pinheiro e
sem a presença de todos os pré-candidatos. Junto com o
anúncio, a emissora informou que começava ontem sua
cobertura extensiva da campanha paulistana.
EUA falam 1
O site do "Wall Street Journal"
noticiou os "louvores" do secretário do Tesouro americano,
John Snow, a Lula, depois do encontro de ambos:
- Estamos vendo os resultados da liderança do presidente
Lula e de seu time econômico.
Os juros reais caíram quase dez
pontos desde o verão passado e
a economia já está respondendo.
O Brasil está bem posicionado
para se beneficiar do maior crescimento global. O palco está armado para ganhos crescentes
para o povo brasileiro.
Lula não "venderia" melhor.
EUA falam 2
Mais de John Snow:
- Nós estamos comprometidos a trabalhar com o Brasil como um grande indutor do crescimento e do aumento dos padrões de vida no hemisfério.
Regras
Um dos argumentos apresentados pelo vendedor Lula aos investidores, nos EUA, foi que "as
regras no Brasil são claras":
- Não queremos aventura.
Mas ontem mesmo o projeto
de Lei de Falências era adiado
mais uma vez, no Senado de José
Sarney, por "falta de entendimento entre as lideranças".
Suscetíveis
E veio o ataque da Argentina,
tão ensaiado nos últimos dias.
No título do "La Nacion", "a Argentina proibiu o ingresso de
animais suscetíveis a aftosa".
Proibiu a carne brasileira.
Kirchner e Lula
No Brasil, a reação de líderes
rurais ao veto argentino à carne
foi questionar uma vez mais as
supostas vantagens do vizinho
no âmbito do Mercosul.
E na mesma Argentina o presidente Néstor Kirchner recebia
ontem reclamos semelhantes da
União Industrial Argentina.
Prometeu, diz o "La Nacion",
tratar do assunto com Lula no
próximo encontro dos dois.
Futebol
Mas ao menos no Haiti a relação, ao que parece, vai bem.
O site do "New York Times"
trouxe ontem uma reportagem
sobre as tropas argentinas em
preparação para a viagem, em
Buenos Aires. E com a informação de que o Brasil assume amanhã o comando no Haiti.
Os soldados argentinos brincavam que vai ter muito futebol
por lá. Um deles garantia:
- Eu tenho certeza que nós
vamos vencer os brasileiros em
todos os jogos no Haiti.
Jogo de cena
O espetáculo armado na TV
Câmara e depois veiculado no
Jornal Nacional por Roberto
Freire, presidente do PPS, com
empurra-empurra e expressões
como "cretino", trocadas com o
presidente da Câmara, João
Paulo, foi flagrante encenação.
A Agência Nordeste afirmou
ontem que um assessor de Ciro
Gomes já teria deixado o partido
e que, depois das eleições, "todo
o grupo cirista deve sair do PPS,
inclusive o ministro". Os ciristas
estariam a caminho do PTB.
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