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VIOLÊNCIA
Em 2003, ele participou de depredação do Congresso
Agressor de equipe de TV trabalha para o PSTU em eleição sindical
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O principal suspeito de ter agredido a equipe de reportagem da
TV Globo em frente à sede do PT,
em São Paulo, é o mesmo que, em
agosto de 2003, foi responsabilizado criminalmente pela depredação da fachada do Congresso.
Nas duas ocasiões, Adriano Gomes da Silva, 25, foi flagrado pelas
lentes de câmeras de TV.
A equipe da TV foi agredida a
socos, chutes e pedradas na última terça-feira, por volta das 22h,
quando se preparava para uma
gravação. O operador de externa
Marçal Queiroz foi agredido com
o tripé da câmera de TV e sofreu
fratura no maxilar esquerdo. Foi
operado ontem e, segundo a
emissora, está bem. O repórter
Lúcio Sturm, atirado ao chão, sofreu ruptura nos ligamentos das
mãos e escoriações. O cinegrafista
Gilmário Batista também sofreu
escoriações.
Além de Silva, a polícia identificou Flávio Rogério de Oliveira,
que foi ouvido ontem. Em depoimento ao delegado Mário Jordão
Toledo Leme, que apura o caso,
confirmou ter atirado pedras no
carro da Globo, mas disse que as
agressões partiram de Silva, ainda
não localizado. Um terceiro
agressor não foi identificado.
Silva e Oliveira foram contratados pelo PSTU para trabalhar na
eleição da nova diretoria do Sindicato dos Bancários, cuja sede é
próxima ao prédio do PT. Um dia
após a agressão, os dois foram
desligados da eleição. Eles não são
filiados ao sindicato.
Dirceu Travesso (PSTU), que
faz parte da atual diretoria do sindicato, disse ser impossível controlar e conhecer todos os contratados para a eleição.
Durante um protesto contra a
reforma da Previdência, em agosto de 2003, em Brasília, Silva foi
um dos responsabilizados criminalmente pela destruição de 52 vidros do Congresso. Ele foi filmado por seguranças quebrando
dois vidros, um com os pés e outro com a cabeça. Foi detido e liberado no mesmo dia.
A ANJ (Associação Nacional de
Jornais) divulgou ontem nota em
que "condena e lamenta" a agressão sofrida pela equipe da Globo.
"É revoltante e inadmissível que
profissionais no exercício de sua
atividade de informar a opinião
pública sejam alvo da fúria e violência de um grupo de desordeiros, sob a capa de manifestantes
políticos", afirma a nota, assinada
por Nelson Sirotsky, presidente
da ANJ.
Bahia
A polícia de Salvador prendeu
ontem um homem suspeito de ter
enviado dois pacotes com artefatos parecidos com bombas para
as emissoras TV Bahia, afiliada da
Rede Globo, e TV Itapoã, afiliada
da TV Record. Os pacotes foram
destruídos pelo Esquadrão Anti-Bombas da Polícia Militar. Uma
perícia constatou que não havia
explosivos na embalagem enviada à TV Bahia. A reportagem não
conseguiu saber o resultado da
perícia no material enviado à afiliada da TV Record.
Segundo informações do delegado Nelson de Almeida Gomes,
da 14ª Delegacia de Salvador, Alfredo Costa Cunha, 56, confessou
à polícia ter deixado os dois pacotes nas sedes das duas emissoras.
Em depoimento, ainda conforme o delegado, Cunha disse que
enviou os pacotes em razão de ter
sido torturado no regime militar.
Ele não havia constituído advogado até a noite de ontem.
Colaborou a Agência Folha
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