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MST
Protesto será amanhã em todo o país
Levante do Campo vai priorizar o interior
ELIANE SILVA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PROMISSÃO
Gilmar Mauro, dirigente nacional do MST, afirmou ontem, durante uma romaria em Promissão
(SP), que desta vez o interior do
país é o alvo preferencial das
ações de protesto do Levante do
Campo, que acontece amanhã,
Dia do Agrucultor, em todo o
Brasil. No protesto de maio, os
sem-terra ocuparam prédios do
governo em 18 capitais.
Segundo Mauro, os atos vão
ocorrer em frente a bancos, órgãos do governo e em praças públicas. Rodovias e fronteiras também estão entre os locais escolhidos para o protesto. Não estão
descartadas invasões de fazendas
em algumas regiões. Além dos
sem-terra, devem participar pequenos agricultores, remanescentes de quilombos e posseiros.
Em algumas capitais, diz o dirigente, haverá atos específicos, como é o caso de Recife, onde os
manifestantes vão protestar no
porto contra a carga de milho
transgênico.
Em São Paulo, o MST se junta à
Central de Movimentos Populares num ato em frente ao Tribunal
Regional do Trabalho, na Barra
Funda, contra o desvio de verbas
públicas durante a construção do
prédio. Depois, haverá uma caminhada até a prefeitura.
Mauro diz que a jornada de lutas no Dia do Agricultor visa mostrar à sociedade o problema da
migração do homem do campo
para os centros urbanos.
"Nós lutamos para ficar na terra, mas é preciso mudar a política
econômica e agrícola para gerar
emprego e renda ou não haverá
como permanecer no campo."
O dirigente sem-terra admite
que tem havido alguns avanços
nas últimas negociações do MST
com o governo, mas, segundo ele,
esses avanços são pontuais e insuficientes.
O protesto contará com o apoio
nas ruas de integrantes da CPT
(Comissão Pastoral da Terra), ligada à Igreja Católica. O bispo d.
Tomás Balduíno, presidente da
CPT, também afirma que as negociações recentes com o governo
apontam para medidas compensatórias, mas não atacam de frente a necessidade de se fazer a reforma agrária no Brasil.
Ótimo relacionamento
O governador Mário Covas
(PSDB) disse anteontem, em Engenheiro Coelho (180 km de São
Paulo), que não vai tentar impedir a manifestação do MST. Ele
afirmou que tem um "ótimo relacionamento" com o movimento.
Covas se reúne hoje com representantes do MST, entre eles o líder do movimento José Rainha
Júnior, em Teodoro Sampaio, na
região do Pontal. Em seguida, vai
para Sandovalina, onde deve conhecer a produção dos sem-terra.
"O Rainha me convidou para
conhecer o local porque eles estão
com problemas para a industrialização dos produtos. Vou lá para
ver o que o governo pode ajudar",
disse.
Colaborou a Folha Campinas
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