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Bush cometeu "falcatruas", afirma petista
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em palestra a 378 empresários,
o candidato do PT à Presidência,
Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou
que "o Império está em crise" e
disse que o presidente dos EUA,
George W. Bush, "fez falcatruas".
O petista se referia à situação
que classificou como "delicada"
do cenário internacional e às acusações de que o presidente norte-americano burlou leis do mercado acionário, quando era diretor
da empresa texana Harken
Energy, ao fazer uma venda privilegiada de ações que lhe renderam
US$ 16 milhões.
Lula participou em São Paulo de
encontro com empresários ligados ao Instituto Ethos, que prega
a responsabilidade social das empresas. Ele afirmou que, dada a
crise internacional, o PT precisa
para de dizer sobre o que é contra.
"Agora o PT precisa dizer o que
fazer. Em política econômica não
existe milagre. Ou se define uma
prioridade ou se contenta com a
mesmice", disse o petista.
O candidato reafirmou que uma
eventual gestão sua priorizaria a
negociação para a retomada do
desenvolvimento. "Já me chamaram a atenção que esse negócio de
negociação não cai bem na cabeça
do povo, mas é isso que vou fazer", declarou, referindo-se a pesquisas qualitativas que associam o
termo a concessões indevidas aos
setores mais organizados.
Lula disse que sua campanha
vai priorizar a discussão sobre
emprego e deixará de falar em superávit primário (economia para
pagamento de juros da dívida).
"Com um governo novo, se você aumentar um pouco a base de
arrecadação, e isso é inteiramente
possível, se gastar melhor o pouco
dinheiro que tem e atacar a corrupção no primeiro ano, vai perceber que pode obter um superávit maior do que o governo está
prevendo, sem precisar fazer nenhum grande sacrifício."
Em defesa da criação de cooperativas no Brasil, Lula lembrou
um kibutz (fazenda coletiva) que
visitou em Israel: "Eles são tão
sectários que nem eu tenho coragem de propor aqui no Brasil",
afirmou, em alusão ao princípio
de cada um dar de acordo com
sua capacidade e receber conforme sua necessidade.
No encontro, o candidato a vice
de Lula, senador José Alencar
(PL), leu uma carta que seu filho
recebeu do presidente da Gradiente, Eugênio Staub, quando foi
acertada a aliança PT-PL.
"Acho que isso não só ajuda ao
Lula, mas especialmente ao Brasil.
Seu pai tem papel importante a
desempenhar nesse cargo. Primeiro ajudando a diminuir as resistências absurdas ao Lula num
radicalismo absolutamente incompreensível. A presença de um
homem como seu pai na chapa
vai fazer esses radicais refletirem
um pouco, antes de falarem muitas das bobagens que estão falando hoje. Mas o mais importante é
que, se eles ganharem, como indica o cenário atual, com poucas
chances, na minha opinião, de se
reverter, ele terá um papel importantíssimo a desempenhar em
prol do Brasil", diz Staub.
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