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Aécio diz que Dirceu o "tranquilizou"
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), disse que recebeu ontem pela manhã um telefonema "tranquilizador" do ministro José Dirceu (Casa Civil), no
qual trataram das diferenças na
reforma tributária entre os Estados e a equipe econômica do governo federal. Mas o tucano disse
que vai continuar conversando
com o Congresso.
Moderado na fala, mas sem demonstrar otimismo, Aécio afirmou que ainda acredita na "sensibilidade" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E foi esse um dos
recados que, segundo ele, Dirceu
lhe transmitiu.
"Foi uma conversa sobre o quadro político. Ele disse que as questões não estão fechadas, ainda, e
que continuarão sendo conversadas pelo presidente. Ele me garantiu que o presidente é a instância
final dessa decisão. Eu repito: tenho plena confiança na sensibilidade do presidente Lula."
Apesar de dizer que ainda acredita em Lula contra os interesses
do ministro Antonio Palocci Filho
(Fazenda), Aécio segue conversando com os congressistas, que
decidirão a reforma.
Aécio disse que as reivindicações dos governadores -como
participação no bolo da Cide
(contribuição sobre a venda de
combustíveis) e da CPMF (contribuição sobre movimentação financeira) e a criação de um fundo
constitucional para cobrir perdas
estaduais com produtos exportados- não representam risco à estabilidade econômica do país ou
ao processo de ajuste fiscal conduzido pelo governo.
O governador do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto (PMDB),
disse que houve "avanços" em
dois temas tidos como prioritários: a compensação pela isenção
nas exportações e o repasse aos
Estados de 25% da arrecadação
com a Cide.
"O governo federal garantiu a
constitucionalização do fundo de
compensação das perdas com a
desoneração das exportações.
Além dessa garantia, avançou no
sentido de aceitar que sua composição seja feita com 25% vindos
do IPI [Imposto de Produtos Industrializados] e outros 50% retirados do imposto de importação", afirmou Rigotto.
Promessa de Lula
Representante dos governadores nordestinos na reunião, Wilma Faria (PSB-RN) afirmou que
"houve conflitos" no encontro
com Lula, mas disse que irá esperar uma nova posição do presidente, que teria prometido estudar as propostas apresentadas pelos governadores. "Não vamos
abrir não de lutar pelos direitos
dos Estados e municípios", disse.
Os governadores que não participaram do encontro fazem cobranças parecidas.
Na Bahia, Paulo Souto (PFL)
disse que o "há 12 anos o governo
federal tem o monopólio de todas
as novas receitas tributárias criadas no país. A arrecadação é toda
do governo federal".
O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira
(PMDB), defende a devolução integral da verba aos Estados. "Tanto a verba da Cide quanto a da
CPMF devem chegar aos Estados
e municípios."
(PAULO PEIXOTO, LÉO GERCHMANN, MAURO ALBANO, LUIZ
FRANCISCO E MARIELLA LOPES)
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