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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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Ciro Gomes diz ser o "Lexotan da República"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) pediu ontem "tranquilidade" na discussão das reformas da Previdência e tributária e se intitulou o "Lexotan da República". O ministro criticou a ameaça de greve do Judiciário e os protestos de servidores dentro da Câmara dos Deputados.
"Temos que ter tranquilidade. Na democracia, tudo tem que acontecer dentro das instituições democráticas. E aí fica bastante claro que algumas questões que resvalam nos institutos democráticos são intoleráveis, como greve de Poder", disse ele, sobre o indicativo de greve da magistratura.
Para o ministro, no entanto, a realidade não é retratada pela mídia. "Eu aposto que não vai haver greve. Há exacerbações individuais com desproporcional presença na imprensa", afirmou.
O mesmo raciocínio foi utilizado ao comentar a situação no campo. Segundo ele, o conflito agrário é "pontual", não havendo um "confronto" entre proprietários rurais e sem-terra.
"A versão política que se dá interessa aos extremos. O setor extremista do MST, que é completamente equivocado, não está nem aí para a reforma agrária, tem a visão de um maoísmo mofado, que acha que o Brasil pode fazer uma insurreição revolucionária com base campesina. Um negócio risível, se não tivessem pessoas inocentes arriscadas a sofrer por causa disso", afirmou Ciro.
O ministro também criticou os proprietários rurais. "Do outro lado, há uma extrema direita, ultra-reacionária, que também não está muito preocupada com a questão da terra, mas só em eliminar preventivamente qualquer possibilidade de mudança na estratificação social", disse.
Ainda na linha apaziguadora, Ciro condenou os protestos de servidores públicos contra a reforma da Previdência dentro da Câmara dos Deputados. "A violência é a negação da política", disse ele, que estava na Casa para discutir com governadores da região Norte e com a bancada da Amazônia a recriação da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).
No final, o ministro concluiu: "Eu sou o Lexotan da República".

Sudam
O ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) fez um apelo ontem à bancada de deputados e senadores da região Norte para que "percebam a importância prática" das reformas da Previdência e tributária e votem a favor delas no Congresso Nacional.
Ao anunciar, em Brasília, a recriação da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), Ciro Gomes condicionou o sucesso do órgão à aprovação da reforma tributária -que prevê um fundo de desenvolvimento regional.
"Se não viabilizarmos esse fundo, de onde virão os recursos?"
Pelo texto da reforma, o fundo regional será constituído por 2% das verbas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e do Imposto de Renda, que são repassadas aos Estados pela União. Ele avalia que o fundo teria "força de alavancar R$ 2,6 bilhões", levado em conta o atual ano fiscal.


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