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Ciro Gomes diz
ser o "Lexotan
da República"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) pediu ontem
"tranquilidade" na discussão das
reformas da Previdência e tributária e se intitulou o "Lexotan da
República". O ministro criticou a
ameaça de greve do Judiciário e os
protestos de servidores dentro da
Câmara dos Deputados.
"Temos que ter tranquilidade.
Na democracia, tudo tem que
acontecer dentro das instituições
democráticas. E aí fica bastante
claro que algumas questões que
resvalam nos institutos democráticos são intoleráveis, como greve
de Poder", disse ele, sobre o indicativo de greve da magistratura.
Para o ministro, no entanto, a
realidade não é retratada pela mídia. "Eu aposto que não vai haver
greve. Há exacerbações individuais com desproporcional presença na imprensa", afirmou.
O mesmo raciocínio foi utilizado ao comentar a situação no
campo. Segundo ele, o conflito
agrário é "pontual", não havendo
um "confronto" entre proprietários rurais e sem-terra.
"A versão política que se dá interessa aos extremos. O setor extremista do MST, que é completamente equivocado, não está nem
aí para a reforma agrária, tem a visão de um maoísmo mofado, que
acha que o Brasil pode fazer uma
insurreição revolucionária com
base campesina. Um negócio risível, se não tivessem pessoas inocentes arriscadas a sofrer por causa disso", afirmou Ciro.
O ministro também criticou os
proprietários rurais. "Do outro lado, há uma extrema direita, ultra-reacionária, que também não está
muito preocupada com a questão
da terra, mas só em eliminar preventivamente qualquer possibilidade de mudança na estratificação social", disse.
Ainda na linha apaziguadora,
Ciro condenou os protestos de
servidores públicos contra a reforma da Previdência dentro da
Câmara dos Deputados. "A violência é a negação da política",
disse ele, que estava na Casa para
discutir com governadores da região Norte e com a bancada da
Amazônia a recriação da Sudam
(Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).
No final, o ministro concluiu:
"Eu sou o Lexotan da República".
Sudam
O ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) fez um apelo
ontem à bancada de deputados e
senadores da região Norte para
que "percebam a importância
prática" das reformas da Previdência e tributária e votem a favor
delas no Congresso Nacional.
Ao anunciar, em Brasília, a recriação da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da
Amazônia), Ciro Gomes condicionou o sucesso do órgão à aprovação da reforma tributária
-que prevê um fundo de desenvolvimento regional.
"Se não viabilizarmos esse fundo, de onde virão os recursos?"
Pelo texto da reforma, o fundo
regional será constituído por 2%
das verbas do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) e do
Imposto de Renda, que são repassadas aos Estados pela União. Ele
avalia que o fundo teria "força de
alavancar R$ 2,6 bilhões", levado
em conta o atual ano fiscal.
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