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Três agências serão vencedoras no final, dividindo uma conta de R$ 150 milhões durante 12 meses
Agência de Duda sai na frente em licitação
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A agência de publicidade Duda
Mendonça, do publicitário de
mesmo nome e responsável pela
campanha eleitoral do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva no ano
passado, foi classificada em primeiro lugar na fase técnica da licitação da propaganda institucional do governo federal.
A conta total é de aproximadamente R$ 150 milhões para um
período de 12 meses. Três agências serão vencedoras. A verba será dividida entre elas, não necessariamente de maneira equânime
-conforme a inovação introduzida neste ano pelo secretário Comunicação de Governo e Gestão
Estratégica, Luiz Gushiken.
Inscreveram-se 47 agências.
Ontem, foram divulgadas as 12
mais bem colocadas na fase técnica, que dá uma pontuação de 0 a
100. A agência Duda Mendonça
tirou 92,33. A segunda colocada
foi a Lew, Lara, com 90,67 pontos.
Em terceiro, a Matisse, com 88,67.
Embora ainda exista outra fase
na licitação, a Folha apurou que
as três mais bem colocadas devem
ser as vencedoras finais. Até agora, o governo analisou a parte técnica das propostas. É possível que
alguma derrotada tente impugnar
o resultado, mas seria inusual
nesse tipo de disputa.
A próxima fase da licitação é a
financeira. Consiste na abertura
dos envelopes com os preços que
as agências pretendem cobrar pelos seus serviços. Se não houver
recursos, a abertura desses envelopes será às 15h do dia 31.
É possível que alguma agência
não tão bem colocada na fase técnica possa ter oferecido um preço
menor. Nesse caso, o governo é
obrigado a perguntar às primeiras
classificadas se aceitam fazer o
serviço pelo mesmo valor -a
praxe nesses casos é que as empresas aceitem reduzir preços.
Nas três agências mais bem colocadas na licitação do governo
federal, há duas pessoas com ligações com o PT. Além da empresa
de Duda Mendonça, a Matisse
tem como parceiro na disputa o
publicitário Paulo de Tarso Santos, que no passado foi o responsável por campanhas de Lula
-participou de campanhas marcadas pelo programa "Rede Povo" e pelo jingle "Lula lá".
Assim como Duda já fez campanhas para Paulo Maluf (ex-prefeito e ex-governador de São Paulo),
o publicitário Paulo de Tarso também tem uma carteira de ex-clientes que vai além do petismo:
no início desta década, dava plantão no Planalto como o publicitário do então presidente, Fernando
Henrique Cardoso.
Estréia
A diferença entre as agências
Duda Mendonça e Matisse é que a
segunda nunca fez campanhas
políticas nem para governos. Deve ser sua primeira experiência
nessa área -já começando pela
mais cobiçada conta institucional
de governo do país.
Nascida em Campinas há cinco
anos, a Matisse tem hoje como
principais clientes a multinacional norte-americana Visteon (que
vende equipamentos para automóveis), Alcatel (empresa de telecomunicações), PST Eletrônica,
Elektro e Singer.
A segunda colocada nessa fase
da licitação, a Lew, Lara, também
não tem carreira muito conhecida
na área política. Tem clientes na
iniciativa privada como Natura,
Casas Pernambucanas, Banco
Real, Topper e Folha.
Para concorrer, cada agência teve de apresentar vários itens em
suas propostas, inclusive alguns
slogans possíveis para o governo
-sobretudo para o tema "reforma agrária".
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