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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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Três agências serão vencedoras no final, dividindo uma conta de R$ 150 milhões durante 12 meses

Agência de Duda sai na frente em licitação

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A agência de publicidade Duda Mendonça, do publicitário de mesmo nome e responsável pela campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado, foi classificada em primeiro lugar na fase técnica da licitação da propaganda institucional do governo federal.
A conta total é de aproximadamente R$ 150 milhões para um período de 12 meses. Três agências serão vencedoras. A verba será dividida entre elas, não necessariamente de maneira equânime -conforme a inovação introduzida neste ano pelo secretário Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken.
Inscreveram-se 47 agências. Ontem, foram divulgadas as 12 mais bem colocadas na fase técnica, que dá uma pontuação de 0 a 100. A agência Duda Mendonça tirou 92,33. A segunda colocada foi a Lew, Lara, com 90,67 pontos. Em terceiro, a Matisse, com 88,67.
Embora ainda exista outra fase na licitação, a Folha apurou que as três mais bem colocadas devem ser as vencedoras finais. Até agora, o governo analisou a parte técnica das propostas. É possível que alguma derrotada tente impugnar o resultado, mas seria inusual nesse tipo de disputa.
A próxima fase da licitação é a financeira. Consiste na abertura dos envelopes com os preços que as agências pretendem cobrar pelos seus serviços. Se não houver recursos, a abertura desses envelopes será às 15h do dia 31.
É possível que alguma agência não tão bem colocada na fase técnica possa ter oferecido um preço menor. Nesse caso, o governo é obrigado a perguntar às primeiras classificadas se aceitam fazer o serviço pelo mesmo valor -a praxe nesses casos é que as empresas aceitem reduzir preços.
Nas três agências mais bem colocadas na licitação do governo federal, há duas pessoas com ligações com o PT. Além da empresa de Duda Mendonça, a Matisse tem como parceiro na disputa o publicitário Paulo de Tarso Santos, que no passado foi o responsável por campanhas de Lula -participou de campanhas marcadas pelo programa "Rede Povo" e pelo jingle "Lula lá".
Assim como Duda já fez campanhas para Paulo Maluf (ex-prefeito e ex-governador de São Paulo), o publicitário Paulo de Tarso também tem uma carteira de ex-clientes que vai além do petismo: no início desta década, dava plantão no Planalto como o publicitário do então presidente, Fernando Henrique Cardoso.

Estréia
A diferença entre as agências Duda Mendonça e Matisse é que a segunda nunca fez campanhas políticas nem para governos. Deve ser sua primeira experiência nessa área -já começando pela mais cobiçada conta institucional de governo do país.
Nascida em Campinas há cinco anos, a Matisse tem hoje como principais clientes a multinacional norte-americana Visteon (que vende equipamentos para automóveis), Alcatel (empresa de telecomunicações), PST Eletrônica, Elektro e Singer.
A segunda colocada nessa fase da licitação, a Lew, Lara, também não tem carreira muito conhecida na área política. Tem clientes na iniciativa privada como Natura, Casas Pernambucanas, Banco Real, Topper e Folha.
Para concorrer, cada agência teve de apresentar vários itens em suas propostas, inclusive alguns slogans possíveis para o governo -sobretudo para o tema "reforma agrária".


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