|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem-terra bloqueiam 5 estradas
DA AGÊNCIA FOLHA
Pelo menos cinco rodovias foram bloqueadas ontem em Alagoas, Sergipe e Minas Gerais por
movimentos de trabalhadores
sem-terra -às vésperas do Dia
Nacional do Trabalhador Rural,
data em que estão previstos protestos por todo o país.
As manifestações foram mais
numerosas em Alagoas, onde
houve transtornos na AL-101, AL-104 e na BR-101.
Trabalhadores ligados ao MTL
(Movimento Terra, Trabalho e Liberdade) interditaram por oito
horas o trânsito próximo aos municípios de Novo Lino, Porto Calvo e Flexeiras. Não houve saques
nem confrontos. A Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar
estimaram em 400 os participantes. O MTL fala de 2.000.
Os sem-terra exigiam uma audiência com o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, para discutir a revogação da ordem de
prisão contra o líder Waldermir
Augustinho -foragido da Justiça
desde novembro e acusado de
participar de saques de mercadorias, bloqueios de rodovias e depredação de órgãos públicos.
Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) em Alagoas, o ministro
receberá dois representantes do
movimento no próximo dia 29.
Os sem-terra pedem também a
aceleração do processo de assentamento de acampados em AL.
Em Sergipe, o Batalhão de Choque da Polícia Militar foi enviado
na manhã de ontem para cumprir
ordem de reintegração de posse
de uma área de 1.400 hectares invadida desde o dia 15 por 580 famílias ligadas ao MST, em Riachuelo (29 km de Aracaju).
Os sem-terra, armados com foices e enxadas, se recusaram a sair
e houve ameaça de conflito, mas,
depois de negociação conduzida
por representantes da Ouvidoria
Agrária Nacional, concordaram
em deixar o local em 24 horas.
Em protesto, cerca de 1.500 militantes ligados ao MST bloquearam por uma hora a rodovia estadual entre as cidade Feira Nova e
Nossa Senhora da Glória.
O MTL agiu também no trevo
de entroncamento das rodovias
BR-153 e BR-365, a 18 km de
Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro. Cerca de 500 pessoas impediram o trânsito. Eles
queriam a presença de um membro do Incra e o cumprimento de
exigências. O engarrafamento
chegou a 6 km. O protesto terminou por volta de 14h, quando eles
conseguiram marcar um reunião
com o Incra.
(JAIRO MARQUES, MAURO ALBANO E THIAGO GUIMARÃES)
Texto Anterior: MST acampa e impede trabalho de prefeitura Próximo Texto: Regime militar: Justiça abre sigilo de operações no Araguaia Índice
|