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AVIAÇÃO
Presidente espera resultado das eleições para decidir com próximo governo grupo que fornecerá novos caças à FAB
FHC escolherá consórcio com o sucessor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu aguardar a
eleição do próximo presidente
para ouvi-lo sobre a escolha do
consórcio que vai fornecer os novos caças à FAB (Força Aérea Brasileira). A concorrência, de US$
700 milhões, vai substituir os 12
Mirages IIIEBR, sediados na Base
Aérea de Anápolis (GO). A Folha
apurou que a decisão será anunciada em reunião do Conselho
Nacional de Defesa que pode
ocorrer até a próxima semana.
A escolha do consórcio vencedor será feita conjuntamente entre o atual e o próximo governo
durante o período de transição,
que começa logo após o segundo
turno das eleições, marcado para
o dia 27 de outubro.
O parecer técnico produzido
pelo Ministério da Defesa, sobre
as vantagens e as desvantagens
dos cinco consórcios que concorrem à venda dos 12 caças para a
FAB, será entregue ao presidente
eleito. Disputam os russos Sukhoi
Su-35 e MiG-29, o anglo-sueco
Gripen, o norte-americano F-16 e
o francês Mirage-2000BR.
A Folha apurou que FHC decidiu adiar a escolha do consórcio
para depois das eleições para evitar especulações em torno do assunto, que foi alvo de denúncias.
O resultado da concorrência,
que começou há cerca de um ano,
deveria ter sido divulgado em
maio. O governo afirma que o
atraso ocorreu por causa de várias
alterações nas propostas apresentadas pelos cinco consórcios.
Denúncias
Na última terça-feira, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro
Carlos Almeida Baptista, e o ministro da Defesa, Geraldo Quintão, concederam uma entrevista,
na qual negaram a informação da
revista "IstoÉ" de que os EUA teriam embutido na aprovação do
acordo de US$ 30 bilhões com o
FMI (Fundo Monetário Internacional) a escolha do Gripen.
Segundo a revista, como o caça
americano F-16 estava praticamente fora da disputa, os EUA teriam forçado a escolha do Gripen
porque esse consórcio utiliza
principalmente peças e equipamentos americanos na produção
dos caças. Segundo Quintão, "é
uma total inverdade".
Congressistas de oposição já
chegaram a cogitar a possibilidade de cancelar a compra dos
aviões e sugeriram favorecer o
Mirage, da francesa Dassault em
parceria com a Embraer.
Baptista teme que o clima de denúncia gere atrasos na chegada
dos caças, que deveriam entrar
em operação em 2007.
Como a vida útil dos Mirages
acaba em 2005, o brigadeiro vai
propor que sejam feitas operações
de leasing (aluguel) de 12 caças
Kfir C10 israelenses, que deixaram de operar nos anos 90.
Os aviões seriam utilizados por
dois anos, até que os novos fossem entregues. Segundo o brigadeiro, o aluguel dos aviões israelenses é mais barato do que operações de leasing com consórcios
que disputam a venda dos caças.
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