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Ciro discutiu com médicos ao governar CE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A troca de farpas entre os candidatos à Presidência Ciro Gomes
(PPS) e José Serra (PSDB), em que
o primeiro foi chamado de "governador do cólera" e o segundo
de "ministro da dengue", remete
ao governo de Ciro no Ceará (91 a
94), quando houve a maior greve
de médicos da história do Estado.
Foram 67 dias de paralisação,
entre janeiro e março de 92, em
que apenas os casos de emergência eram atendidos pelos médicos
nos hospitais estaduais. A relação
entre o então governador e os grevistas foi muito tensa, com ameaças mútuas de demissões gerais.
Em uma ocasião, Ciro comparou a categoria a "sal, que é branco, barato e que se encontra em
qualquer esquina", para responder à ameaça de demissão geral.
Os grevistas também foram
chamados por Ciro de "mercenários". A principal reivindicação
dos médicos era reajuste salarial.
Quando era prefeito de Fortaleza, Ciro já não mantinha boa relação com a classe médica do município. Em 89, o então prefeito disse em entrevista que o presidente
do Sindicato dos Médicos, Francisco Monteiro, "não servia nem
para presidente do sindicato dos
carniceiros".
Epidemias
O difícil relacionamento foi coroado, em 1993, com uma epidemia de cólera. Por dois anos seguidos o Ceará foi líder de casos
da doença no país: em 93, foram
22.738 casos, com 187 mortes; em
94, o número baixou para 19.997
casos da doença e 159 mortes.
Em 94, último ano do governo
Ciro, o problema foi a dengue. O
Ceará, segundo a Fundação Oswaldo Cruz, também foi campeão
de casos, com 47.889 casos só naquele ano, o equivalente a 84%
dos casos notificados no país.
Pela primeira vez no Estado
apareceram casos de dengue hemorrágica, causando dez mortes.
Até mesmo o próprio Ciro foi vítima de dengue.
O secretário de Saúde do governo Ciro, o senador Lúcio Alcântara, hoje candidato ao governo do
Estado pelo PSDB, foi procurado
para falar sobre esses problemas,
mas sua assessoria informou que
ele estava em viagem pelo interior
do Estado. A assessoria de Ciro
informou que ele não comentaria
o caso.
(KAMILA FERNANDES)
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