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Mensaleiros fizeram operações suspeitas no valor de R$ 1,23 bi
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dos 40 políticos, servidores,
empresários e seus funcionários denunciados ao STF (Supremo Tribunal Federal) por
suposta prática de crimes no
caso mensalão, 27 foram citados em relatórios reservados
nos quais o Coaf (Conselho de
Controle de Atividades Financeiras) aponta indícios de operações suspeitas.
Personagens de 26 documentos elaborados pelo Conselho entre 2001 e 2007, os nomes dos mensaleiros estão relacionados a operações financeiras que totalizam R$ 1,23 bilhão no período e apresentam
algum indício de prática de crime de lavagem de dinheiro.
As somas são ainda maiores
quando o levantamento do
Coaf tem como referência transações financeiras relacionadas
aos 37 envolvidos no mensalão
que foram alvo de cinco ações
de improbidade administrativa
apresentadas à Justiça pelo Ministério Público Federal em
Brasília na segunda-feira.
Seus nomes estão associados
a R$ 1,89 bilhão em operações
financeiras consideradas atípicas desde 2001.
Ao fazer o balanço, o Coaf
ressalva que as cifras do total de
transações financeiras contém
distorções. É possível, por
exemplo, que seja contado duas
vezes um mesmo dinheiro que
entrou e saiu de uma conta, o
que duplicaria o valor considerado. Em alguns casos foi considerada uma única transação,
em outros, um período longo
de saques e/ou depósitos.
Deve-se considerar, ainda,
que a lista de 40 denunciados
por crime e a dos 37 acusados
de improbidade administrativa, não fosse por sete nomes,
seria a mesma. Daí não ser possível somar os valores movimentados pelos dois grupos para fechar um único número,
sob pena de produzir um resultado fictício.
Os relatórios de inteligência
financeira do Coaf têm como
principal matéria-prima comunicações que recebe dos bancos
sobre movimentações consideradas atípicas.
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