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Paulinho mudou para ser meu vice, afirma Ciro na TV
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, afirmou ontem,
durante entrevista ao ""Jornal Nacional", que, para ser seu vice, o
sindicalista Paulo Pereira da Silva
(PTB), admitiu que a idéia de flexibilização da CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho) é ""errada".
""Sou a favor de modernizar a
CLT, mas flexibilização podem
entender como sinônimo de enfraquecer o poder dos trabalhadores", declarou Ciro. "[Paulinho] era [a favor], mas, para ser
vice, inclusive concordou que essa era uma idéia errada", disse ao
ser questionado sobre o tema.
O PDT de Leonel Brizola, um
dos partidos da Frente Trabalhista que dá sustentação à candidatura Ciro, é contrário à flexibilização. A defesa de Paulinho da idéia
era um dos principais impedimentos para que o pedetista concordasse com a indicação do sindicalista para a chapa.
Para ser aceito, Paulinho assumiu com o ex-governador o compromisso de promover uma
"profunda discussão" antes de
"qualquer alteração" na legislação trabalhista e de submeter
eventuais mudanças a plebiscitos
caso a população demonstrasse
estar dividida sobre o assunto.
O sindicalista negou ontem
constrangimentos pela declaração de Ciro. "Achei bom [o que
disse o pepessista]. Modernização
é exatamente o que eu quero, e essa é uma discussão que nem existe
mais", afirmou Paulinho.
O presidenciável, que, segundo
o Datafolha, ocupa a terceira colocação na preferência do eleitorado, também disse estar "cheio de
cicatrizes de pancadas, mas vivo e
animado" na disputa. Ainda atribuiu a fama de "pavio curto" a
ataques e "impertinências" de adversários, criados com o objetivo
de "desorientar" o eleitor.
Voltou também a lembrar que o
presidente Fernando Henrique
Cardoso se referiu aos aposentados como "vagabundos", afirmando ter sido "mal compreendido" pelas declarações polêmicas que, de acordo com seus aliados, custaram-lhe o segundo lugar nas pesquisas. "A forma como
eu fui criado, no interior do Ceará, me dá uma linguagem que talvez no Sul ou no Sudeste não seja
muito compreendida."
"O que acho, entretanto, é que
essa fase passou. Agora, que o povo está caminhando para a decisão, rapidamente as pessoas estão
percebendo que ninguém me atacou a honestidade, a seriedade
das nossas propostas, a nossa
competência", completou.
Afirmou acreditar, com base em
levantamentos próprios, que há
hoje um empate "muito tenso"
por uma vaga para o segundo turno. Defendeu também o voto
obrigatório e o ensino voluntário
de religião nas escolas.
A entrevista rendeu média de 37
pontos de audiência à TV Globo,
com picos de 38, segundo dados
preliminares do Ibope. Cada ponto corresponde a 47 mil telespectadores na Grande São Paulo.
É a mesma audiência obtida
com a entrevista concedida pelo
pepessista em julho. A média do
telejornal ontem foi de 36 pontos.
Após a entrevista, em uma
churrascaria do Rio, o candidato
disse que "a desvalorização do
real é febre de uma infecção extensa, que está puxando de volta a
inflação para o país", ao referir-se
à alta recorde do dólar.
Nem a presença da mulher, da
filha, da irmã, da mãe e da tia do
presidenciável conseguiu empolgar uma caminhada do candidato
pelo centro de São Paulo ontem.
O grupo passava sob gritos de
"Lula, Lula" ou "Patrícia Pillar
[mulher de Ciro], linda, eu te
amo, mas voto é no Lula".
Colaboraram LIEGE ALBUQUERQUE, da
Reportagem Local e a Sucursal do Rio
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