São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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Garotinho usa Rosinha em sua campanha no Sul

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTA MARIA

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O presidenciável Anthony Garotinho (PSB) levou ontem sua mulher, Rosinha Matheus, para fazer campanha ao seu lado no Rio Grande do Sul. Foi a primeira vez que Rosinha, candidata do PSB que lidera as pesquisas ao governo fluminense, acompanhou o marido em eventos fora do Rio.
Ele justificou a presença de sua mulher dizendo: "Estava chovendo no Rio e ela não pôde fazer campanha. Se ela quiser vir comigo outra vez, será um prazer".
Com 15% da preferência do eleitorado e a quatro pontos percentuais de José Serra (PSDB), Garotinho pretende investir nas regiões Sul e Nordeste, onde apresenta seu pior desempenho eleitoral, mas continuará mantendo visitas periódicas a São Paulo e a Minas Gerais. Na região Sudeste, ele já aparece empatado com Serra na preferência do eleitorado.
Na visita ao Sul do país, Garotinho centrou suas críticas ao tucano. Para fustigar o peessedebista, Garotinho definiu a atual administração federal como "o governo Fernando Henrique/José Serra" e elencou uma série de estradas federais que considera em estado precário no Rio Grande do Sul: "As rodovias federais que cortam a região estão em uma situação deplorável. Todas destruídas. Isso é obra do governo do PSDB". O ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha (PMDB) é um dos principais coordenadores da campanha de Serra no Estado.
Assessores do presidenciável acreditam que ele se beneficiou dos pesados ataques de Serra a Lula na semana passada: "Garotinho passou a ganhar credibilidade. Hoje é o candidato mais capaz para enfrentar Lula no segundo turno", afirmou o deputado Alexandre Cardoso (PSB-RJ), coordenador financeiro da campanha.
Para o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, a queda da rejeição a Garotinho e seu crescimento nas pesquisas são resultados diretos da exposição do candidato nos programas de TV e nos debates: "Conseguimos superar a campanha de desqualificação que a grande imprensa fez contra nossa candidatura e mostramos que Garotinho tem viabilidade eleitoral".
Mostrando que sua intenção é atacar o tucano para chegar ao segundo turno, Garotinho declarou ontem ter "o maior respeito pelo sr. Luiz Inácio Lula da Silva".
Garotinho elogiou o Datafolha. Segundo ele, é o único instituto confiável por não vender pesquisas para bancos e entidades. Garotinho afirmou também ter solicitado uma auditagem sobre as pesquisas eleitorais para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Quando chegou ao Rio Grande do Sul, ainda na noite de anteontem, Garotinho citou um dos principais problemas gaúchos para fazer uma proposta que normalmente é sugerida para desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste do país: disse que concederá incentivos fiscais à chamada ""Metade Sul" do Estado.
Típica de candidatos ao governo, que conhecem a realidade local, a proposta foi feita durante comício em Pelotas, a principal cidade da "Metade Sul".
A região é considerada um caso a parte no desenvolvimento do Estado, vista normalmente como um desafio. Pouco industrializada e mais afeita à pecuária e à agricultura, a "Metade Sul" é a parte mais pobre do Rio Grande do Sul.
A respeito das críticas feitas pela governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), que acusou Garotinho e Rosinha de terem usado idéias do PT na campanha, o candidato do PSB disse não ter "resposta a dar a uma candidata que está tão pequenininha nas pesquisas".


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