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Campanha pode alterar percepção
DA REDAÇÃO
A propaganda feita pelos presidenciáveis pode ser a causa da alteração na percepção que os eleitores têm sobre a segurança pública, diz Paulo de Mesquita Neto,
40, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP.
(RD)
Folha - Aumentou a parcela da
população que acredita que o presidente deve ser o principal responsável pela segurança pública. É
efeito da propaganda eleitoral?
Paulo de Mesquita Neto - Pode
ser efeito da propaganda, durante
a qual os candidatos a presidente
assumem compromissos em relação à segurança pública. Mas pode ser também efeito da eleição
para presidente (independentemente da propaganda). Na minha
opinião, a propaganda e a própria
eleição são causas mais prováveis
do que outras possíveis: declínio
da confiança da população nos
prefeitos ou agravamento dos
problemas da segurança pública.
Naturalmente, são hipóteses.
Folha - Se o sr. fosse questionado
pela pesquisa, o que responderia?
Mesquita Neto - A resposta que
daria não está entre as alternativas. Responderia que a responsabilidade deveria ser compartilhada por presidente, governadores,
prefeitos e cidadãos.
Folha - Onde os candidatos erram
nas propostas para a violência?
Mesquita Neto - Na falta de atenção a algumas questões:
- Como investir na melhoria da
segurança pública sem reduzir os
gastos com pessoal e os encargos
sociais da polícia civil e militar?
- Afinal, as guardas municipais
devem ter poder de polícia?
- Qual o papel das empresas e
serviços de segurança no controle
da criminalidade?
Folha - Que pontos positivos o sr.
vê nas propostas?
Mesquita Neto - Uns mais, outros menos, os candidatos apontam a importância da prevenção
da violência e da participação da
sociedade civil em assuntos de segurança pública.
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