São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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Campanha pode alterar percepção

DA REDAÇÃO

A propaganda feita pelos presidenciáveis pode ser a causa da alteração na percepção que os eleitores têm sobre a segurança pública, diz Paulo de Mesquita Neto, 40, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP. (RD)

Folha - Aumentou a parcela da população que acredita que o presidente deve ser o principal responsável pela segurança pública. É efeito da propaganda eleitoral?
Paulo de Mesquita Neto -
Pode ser efeito da propaganda, durante a qual os candidatos a presidente assumem compromissos em relação à segurança pública. Mas pode ser também efeito da eleição para presidente (independentemente da propaganda). Na minha opinião, a propaganda e a própria eleição são causas mais prováveis do que outras possíveis: declínio da confiança da população nos prefeitos ou agravamento dos problemas da segurança pública. Naturalmente, são hipóteses.

Folha - Se o sr. fosse questionado pela pesquisa, o que responderia?
Mesquita Neto -
A resposta que daria não está entre as alternativas. Responderia que a responsabilidade deveria ser compartilhada por presidente, governadores, prefeitos e cidadãos.

Folha - Onde os candidatos erram nas propostas para a violência?
Mesquita Neto -
Na falta de atenção a algumas questões:
- Como investir na melhoria da segurança pública sem reduzir os gastos com pessoal e os encargos sociais da polícia civil e militar?
- Afinal, as guardas municipais devem ter poder de polícia?
- Qual o papel das empresas e serviços de segurança no controle da criminalidade?

Folha - Que pontos positivos o sr. vê nas propostas?
Mesquita Neto -
Uns mais, outros menos, os candidatos apontam a importância da prevenção da violência e da participação da sociedade civil em assuntos de segurança pública.



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