São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004
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MEA-CULPA Presidente promete, em entrevista a emissoras de rádio, ser mais comedido Lula se desculpa por pedir votos para reeleger Marta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
SÃO PAULO - "Depois do discurso, recebi documento por escrito
que mostrava que nos sete anos o
governo passado investiu na capital paulista R$ 590 milhões [em
habitação e saneamento], e eu, em
19 meses, já tinha colocado quase
R$ 400 milhões. E por que o grande investimento em São Paulo?
Porque São Paulo não é dos paulistas. Aquilo é uma megalópole
que atende o Brasil e o mundo." APOIO A MARTA - "Fiz o pronunciamento. Depois, quando fui falar de improviso, eu fui tomado
por uma emoção muito grande,
como todo orador é, e falei da
campanha eleitoral. Falei. Se cometi um erro, sou presidente da
República e não gostaria de dar
exemplo de transgredir qualquer
lei. Portanto, como criaram a palavra desculpa, peço desculpa se
isso causou algum mal a alguém. DISCURSO NO SITE - "Eu não estava aqui, quando teve esse problema do site. Eu disse ao Ricardo
Kotscho [secretário de Imprensa], ontem [anteontem], para colocar no site esse negócio, porque
o discurso está por escrito, eu não
tenho como dizer que eu não fiz o
discurso, porque está por escrito." SUPERÁVIT PRIMÁRIO - "Quando
você faz uma discussão da Junta
Orçamentária, percebe que vamos ter algum dinheiro de folga.
Estamos chegando ao final do ano
e não tem um grande projeto para
chegar e dizer: "vamos aplicar na
construção de uma grande coisa
que vai dar tempo de acabar". REELEIÇÃO NO CONGRESSO -
"Num país que tem reeleição para
presidente da República, para
prefeito e para governador, dizer
que uma casa legislativa não pode
ter a sua própria reeleição interna
é no mínimo uma contradição. ECONOMIA E FUTEBOL - "Economia no Brasil está virando futebol.
Têm três coisas no Brasil que todo
mundo pensa que conhece e se dá
ao luxo de falar a respeito com a
maior desenvoltura. Uma delas é
futebol. Todo mundo acha que
marcaria o gol que o jogador não
marcou, ou que marcaria o pênalti que o rapaz do Flamengo perdeu ontem [anteontem]. A outra
coisa é saúde. Você não pode chegar a uma reunião e dizer que está
com dor, porque aparecem dez
oferecendo um remédio. E a outra
é economia. Todo mundo acha
que entende de economia. Em
economia, não tem aventura. Um
salto fora do propósito, e você
quebra a cara. E depois quem fica
com o prejuízo? O povo." ALIADOS - "É um absurdo imaginar que você pode montar um governo sem levar em conta seus
aliados. Como se pudesse ganhar
uma eleição, montar um time puro sangue, esquecer as pessoas
que te ajudaram, e que vai dar tudo certo. Se aqui fosse uma ditadura, até poderia dar, mas aqui é
uma democracia." NAÇÕES UNIDAS - "[A reunião na
segunda-feira em Nova York] foi
uma coisa extraordinária. É só
conversar com os presidentes para saber quantas vezes aconteceu
aquilo. E uma coisa importante:
convocada pelo Brasil. E por uma
razão simples: só eu posso falar da
fome com todos eles. Não apenas
porque o meu país é pobre, porque muitos são mais pobres do
que nós, mas porque eu conheço
o problema dentro da minha alma, dentro do meu estômago." TRANSGÊNICOS - "Se for importante e tiver acordo, posso fazer
isso, assinar [MP]. Não quero entrar em detalhes sobre o que vai ficar ou não porque não conheço e,
ao falar antes de conhecer, posso
estar dando um tiro no pé. Não
quero ser suicida, do ponto de vista político, neste momento." REFORMA TRIBUTÁRIA - "Todo
mundo fala em reduzir imposto,
mas ninguém quer reduzir. Fizemos a parte federal, tem a parte
estadual para ser feita. Os governadores não se entendem. Alguns
querem perpetuar guerra fiscal,
outros não. Conversei com alguns
governadores nesses dias e disse a
eles que é importante juntar aqueles que não querem a guerra fiscal
para que o Senado vote a parte da
reforma tributária que é pertinente aos governadores." SEGURANÇA PÚBLICA - "O problema da segurança pública é um
problema do Estado. O governo
federal pode e está tendo uma boa
política de tentar unificar os procedimentos para que sejamos
mais eficazes. Me orgulha ter uma
das pessoas mais extraordinárias
do país como ministro da Justiça,
que é o ministro Márcio Thomaz
Bastos. Inatacável do ponto de
vista da sua competência profissional, da sua história, da sua dedicação. E o Márcio sempre conta
até dez. Você não o vê falar uma
heresia, falar pelos cotovelos." MST - "De vez em quando tem
radicalização, mas isso é normal
no meio dos sem-terra, no meio
dos jornalistas, no meio de tantos
lugares. Quem tem poder tem a
obrigação de ter mais tranqüilidade do que os outros, de ter mais
responsabilidade do que os outros. Então, quando vejo um setor
da sociedade mais nervoso, eu é
que tenho que tentar fazer o papel
do companheiro mais velho.
Acho que o movimento sem terra
percebe que as chances que eles
tem de termos uma boa política
de reforma agrária e agrícola, pacífica, sem radicalismo, é agora." |
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